Em Suape, Raquel Lyra cobra urgência na retomada da Transnordestina

Jamildo Melo | Publicado em 19/11/2025, às 06h12 - Atualizado às 06h40

Evento da Transnordestina em Suape reune autoridades. Raquel Lyra cobrou execução da obra pelo governo federal - Ricardo Labastier/Sudene
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Em evento em Suape, o diretor de Empreendimentos da Infra S.A., André Ludolfo, reiterou a disposição do órgão para incorporar ajustes técnicos ao projeto da ferrovia Transnordestina, desde que sustentados por estudos consistentes.

“Estamos empenhados. A cobrança é grande e legítima. Nosso compromisso é colocar essa ferrovia de pé, respeitando os aspectos socioambientais e garantindo que ela atenda às necessidades do estado”, afirmou.

Atualmente, Pernambuco conta com 179 km concluídos, o equivalente a 38% do total planejado.

O Governo Federal retomou a construção de 73 km de linha férrea entre Custódia, Sertânia, Buíque e Arcoverde, com aporte de R$ 415 milhões e estimativa de geração de cerca de seis mil empregos.

O Ministério dos Transportes prevê lançar, em 2026, novos editais para ampliar outros trechos da ferrovia, somando até 230 km adicionais e investimentos entre R$ 1,2 bilhão e R$ 1,5 bilhão por meio do PAC.

Urgência para ferrovia

A governadora Raquel Lyra cobrou urgência da obra. Ela disse que a Transnordestina é “sonhada por muitos” e decisiva para assegurar competitividade ao estado.

“A janela de oportunidade é curta. O desenvolvimento do futuro depende de uma estratégia clara e de investimentos de grande porte. A Transnordestina alavanca outros investimentos e nos permite agregar mais valor à produção pernambucana”, afirmou.

O superintendente da Sudene Francisco Alexandre destacou que a Transnordestina é peça-chave para reposicionar Pernambuco no cenário nacional.

Segundo o gestor, os benefícios esperados vão além da logística e envolvem a reorganização do território produtivo, a geração de emprego e renda e a integração da economia regional.

“A estrada de ferro em Pernambuco é fruto de um esforço coletivo do Governo Federal e dos atores políticos, sociais e econômicos. A discussão aqui não é apenas de engenharia, mas de impacto econômico e político para o estado e para o Nordeste”, afirmou, em informe ao site Jamildo.com.

“Precisamos discutir o funding, avançar com celeridade e manter união. O governo tomou a decisão de fazer. Agora precisamos garantir que o projeto entregue desenvolvimento”.

Em suas contribuições técnicas, os professores Maurício Pina (UFPE) e Guilherme Magalhães (UPE) reforçaram os ganhos potenciais de produtividade para o interior de Pernambuco e para o Porto de Suape.

Pina apresentou análises sobre bitolas e sugestões de aperfeiçoamento de traçado.

Magalhães enfatizou a necessidade de interiorizar o desenvolvimento. “Temos um porto altamente competitivo, conectado às principais rotas do mundo. Mas o desenvolvimento não pode ficar restrito ao litoral. Precisamos garantir que as cidades do interior tenham capacidade de exportar”, destacou o acadêmico da universidade estadual.

Agenda em seis cidades

As falas foram feitas no evento de encerramento da série Conexões Transnordestina, realizado nesta terça-feira (18) no Complexo Industrial Portuário de Suape, no Cabo de Santo Agostinho (PE).

O encontro finalizou uma sequência de seis agendas dedicadas a analisar as sinergias entre a ferrovia e os principais arranjos produtivos do estado.

A programação do evento, realizado em parceria com o Movimento Econômico, apresentou atualizações sobre o avanço físico da obra e teve promessas de mais investimentos.

Entre as presenças, estiveram ainda o presidente de Suape, Armando Monteiro Bisneto; o deputado estadual Joãozinho Tenório, representando a Assembleia Legislativa; além de prefeitos do interior, entre eles Fabinho Lisandro (Salgueiro).

Raquel Lyra Suape Transnordestina

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