Cynara Maíra | Publicado em 28/01/2025, às 13h20
Enquanto o trecho da Ferrovia Transnordestina em Pernambuco permanece paralisado, o Ceará avança mais uma vez na construção da ferrovia.
Na segunda-feira (27), o estado assinou a ordem de serviço do 11º lote da estrutura. A nova etapa da obra, que corresponde a 26 quilômetros entre o Porto do Pecém e o município de Caucaia, promete gerar 700 empregos diretos e intensificar o desenvolvimento logístico na região.
Desde 2016, o trecho entre Salgueiro e o Porto de Suape segue paralisado. O percurso, que facilitaria a integração logística de Pernambuco com o restante da ferrovia, tem impasses que dificultam a retomada das obras.
Isso porque em dezembro de 2022, sob o governo Bolsonaro (PL), a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) oficializou a devolução do trecho ao governo federal, em um aditivo contratual assinado com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Com a decisão, 520 quilômetros do traçado que conectaria Salgueiro a Suape foram excluídos, afetando diretamente os planos de transporte e desenvolvimento econômico do estado.
Enquanto muitos empresários pernambucanos entendem a situação como uma preferência por Fortaleza, que já tinha iniciado suas obras, o Governo Federal destinou R$ 450 milhões do Novo PAC para a retomada do trecho pernambucano até 2026.
O custo total da obra é estimado em R$ 5 bilhões. Sobre a situação com Pernambuco, membros do governo Lula (PT) citam a necessidade de concluir o que já foi iniciado em Pecém para, então, focar na ligação com Suape.
Enquanto isso, o diretor da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), Heitor Freire, afirmou que os lotes 8, 9 e 10 do trecho cearense da Transnordestina serão contratados ainda em 2025, com previsão de conclusão das obras até o final de 2026. A meta é de finalização até 2027;
O Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), administrado pela Sudene, é um dos principais financiadores da ferrovia. Apenas este mês, foram liberados R$ 400 milhões como parte de um aditivo de R$ 3,6 bilhões.
O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), destacou os benefícios da ferrovia para a logística do estado, especialmente no transporte de grãos e exportações via Porto do Pecém. “É um ganho muito importante para o estado, seja na cadeia leiteira, no setor industrial ou na fruticultura”, afirmou.
Com mais de 1.200 quilômetros de extensão, a Transnordestina conecta Eliseu Martins (PI) ao Porto do Pecém (CE), passando por 53 municípios do Ceará, Pernambuco e Piauí.
O principal fator de importância da ferrovia seria o de facilitar o escoamento de grãos, minérios, combustíveis e outros produtos estratégicos entre estados.
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