6x1: Câmara promove Seminário Regional no Recife para debater impactos da escala na saúde e economia

Cynara Maíra | Publicado em 01/12/2025, às 11h37 - Atualizado às 12h03

Câmara dos Deputados traz debate sobre escala 6x1 para o Recife - Foto: Letycia Bond / Agência Brasil
COMPARTILHE:

Ler resumo da notícia

A Câmara dos Deputados promove no Recife, nesta segunda-feira (1º), uma edição dos seminários regionais para discutir o fim da escala 6x1 e a redução da jornada de trabalho.

O evento, coordenado pelo deputado federal Pedro Campos (PSB) em conjunto com a Subcomissão Especial da Escala de Trabalho 6x1, ocorre às 14h, no Auditório José de Anchieta da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).

O objetivo da iniciativa é reunir trabalhadores, empregadores, pesquisadores e representantes do poder público para analisar os impactos desse modelo de jornada na saúde mental, na rotina familiar e nas relações trabalhistas

O seminário no Recife contará com a presença de lideranças como Luiz Gustavo de Pádua Walfrido (UGT/PE), Aldo Amaral de Araújo (Sintepav/PE) e representantes da FIEPE (Maurício Laranjeira) e Fecomércio (Jullyane Vasconcelos). O deputado federal Leonardo Prates (PDT/BA) e o vereador Rinaldo Júnior (PSB) também integram a mesa.

A ideia seria utilizar o encontro para subsidiar o relatório final da Subcomissão e construir alternativas legislativas para modernizar as regras atuais.

"O trabalho precisa fazer bem, preservar a saúde mental e não ser mais um motivo de adoecimento. Estou no Congresso... para acabar com a escala 6x1 e construir uma nova jornada: mais justa, mais humana, sem redução de salário", afirmou Pedro Campos.

O parlamentar lembrou que a última redução constitucional de jornada ocorreu há quase 40 anos, em 1988, quando o limite semanal caiu de 48 para 44 horas.

Tramita na Câmara a PEC 8/25, que propõe o fim da escala 6x1, a redução da jornada para 36 horas semanais e a adoção de quatro dias de trabalho por três de descanso. A proposta aguarda análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Em seminário recente na Câmara, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, classificou a escala 6x1 como "perversa" e incompatível com a vida moderna, especialmente para as mulheres. "Precisamos devolver às trabalhadoras e trabalhadores o direito a pelo menos dois dias consecutivos de descanso", disse Marinho.

Já o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, ponderou que é preciso uma transição cuidadosa para os pequenos negócios, que representam 70% dos empregos.

"Uma coisa é o pequeno empresário... Outra é grande empresa, multinacional, banqueiro que fica chorando de barriga cheia", afirmou Boulos, criticando o que chamou de "terrorismo econômico" de grandes grupos.

Contexto nacional e pressão por mudanças

O debate ganha força em um momento de aquecimento do mercado de trabalho. Dados divulgados pelo IBGE mostram que a taxa de desemprego caiu para 5,4% em outubro, o menor patamar da série histórica, com a renda média atingindo o recorde de R$ 3.528. Um momento de baixo desemprego também garante maior seletividade entre os trabalhadores sobre os locais de trabalho. 

escala 6x1 pedro campos câmara federal

Leia também

João Campos celebra liderança do Recife na Saúde em ranking de melhores cidades do Brasil; veja índices