Cynara Maíra | Publicado em 21/02/2025, às 09h08 - Atualizado às 11h43
Durante o evento de lançamento do Programa Pernambuco Acessível, do Governo Raquel Lyra (PSDB), na quinta-feira (20), a Associação Pernambucana de Surdos (ASSPE) reclamou de problemas na acessibilidade do espaço para pessoas surdas.
Apesar do projeto estar voltado para inclusão de pessoas com deficiência (PCDs) no estado de Pernambuco, o grupo relata que a organização do evento não garantiu a inclusão das pessoas surdas que estavam no local.
A ASSPE alega que, mesmo com a presença de intérpretes de Libras no espaço, não houve respeito pelo direito à acessibilidade, já que a organização do evento em muitos momentos bloqueava a visão dos intérpretes.
"Essa situação não só desrespeitou o nosso direito à acessibilidade, como também foi uma falta de consideração com os próprios intérpretes que tiveram seu trabalho prejudicado", afirmou a nota da Associação.
As principais bases de informação sobre acessibilidade cultural do Ministério da Cultura e outros guias voltados para área de inclusão preveem que a visibilidade do intérprete seja um ponto de destaque e prioridade durante os eventos.
Isso porque, caso a visão do intérprete seja bloqueada, a pessoa surda não poderá compreender o que é dito pelos participantes do evento, tornando desigual o acesso ao espaço.
No fim da nota, a Associação Pernambucana de Surdos afirmou que "a acessibilidade não pode ser apenas um detalhe ou um símbolo presente em eventos; ela precisa ser garantida de forma efetiva, com organização e respeito".
O grupo chegou a gravar a situação em suas redes sociais, confira:
Sobre o tema, o Jamildo.com pediu uma posição para o Governo de Pernambuco. Em nota, a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) reconheceu que houve desafios na realização do evento, como a visibilidade dos intérpretes, e lamentou qualquer dificuldade na experiência das pessoas surdas que estavam no evento.
"Sabemos que a acessibilidade precisa ser efetiva em todas as circunstâncias, e reforçamos nosso compromisso em aprimorar continuamente a organização dos eventos para evitar essas situações no futuro", afirmou a SJDH.
Apesar do caso, a secretaria relatou que o foco do evento de lançamento do Programa Pernambuco Acessível foi assegurar uma participação digna e sem barreiras através do uso de intérpretes de Libras, Audiodescrição, banheiros acessíveis, rampas e elevadores.
A situação teria ocorrido em meio a um evento que promete melhorar a inclusão e acessibilidade do estado: o Programa Pernambuco Acessível.
Com integração de sete secretarias, a iniciativa custeada em R$ 400 milhões tem o objetivo de ampliar a acessibilidade em diversos âmbitos do estado até dezembro de 2026.
Dentre as propostas indicadas pelo Governo Raquel Lyra estão:
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