Deputada Erika Hilton recebe visto americano com gênero masculino e deve denunciar Trump à ONU

Clara Nilo | Publicado em 17/04/2025, às 13h54 - Atualizado às 15h28

- Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados
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A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) recebeu, na última semana, o seu visto dos Estados Unidos com uma mudança: nele, constava que ela era do gênero masculino. A política, que é uma mulher transsexual, levou o caso ao Itamaraty e afirmou que acionará o país americano na Organização das Nações Unidas (ONU) por transfobia. 

Erika, apesar de possuir todos os documentos brasileiros com identificação do gênero feminino, afirmou em suas redes que não está surpresa com a situação - que se tornou bem comum na gestão atual do presidente Donald Trump. Em 2023, inclusive, no visto americano da parlamentar constava o sexo feminino.

"Não me surpreende também o nível de ódio e a fixação dessa gente com pessoas trans. Afinal, os documentos que apresentei são retificados, e sou registrada como mulher inclusive na certidão de nascimento", afirmou ela em seu Instagram. 

A deputada iria aos EUA, no último sábado (12), para participar e palestrar no Brazil Conference, evento organizado pelos brasileiros de Harvard e pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Após o ocorrido, porém, Erika desistiu da viagem. 

"Me senti violada, desrespeitada e senti as competências do meu país sendo invadidas por uma pessoa completamente alucinada [Trump], um homem doente que ocupou a presidência da República dos EUA e se sente donon da verdade", ressaltou ela à Folha de São Paulo. 

Erika explicou, ainda, que sentiu medo de como seria tratada no aeroporto, já que o seu nome é feminino mas, no documento, estava descrita como homem. "Senti medo, para ser sincera. E não aceitei me submeter a esse tipo de coisa", disse. 

A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil não emitiu nenhuma nota até o momento.

 

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