Tarifa social de Raquel Lyra dará desconto a 500 mil famílias em Pernambuco

Jamildo Melo | Publicado em 02/12/2024, às 12h59 - Atualizado às 14h14

Confira detalhes sobre a Tarifa Social - Divulgação / Governo do Estado
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Na sexta-feira da semana passada, uma reportagem da Folha de São Paulo abordou o imbróglio envolvendo a tarifa social de saneamento, que oferece desconto nas contas de água e esgoto para famílias de baixa renda.

Uma lei federal determina que esse desconto entre em vigor em 11 de dezembro, mas empresas de saneamento, governos e agências reguladoras enfrentam dificuldades para acessar os dados do Cadastro Único (CadÚnico), necessários para aplicar o benefício.

A lei federal prevê um desconto de 50% nos primeiros 15 metros cúbicos consumidos por pessoas com renda per capita mensal de até meio salário mínimo (R$ 706).

No entanto, a falta de acesso aos dados do CadÚnico está gerando insegurança entre as empresas, que temem atrasos na aplicação da lei e possíveis sanções do Ministério Público e órgãos de fiscalização.

Em Pernambuco, o lançamento da nova Tarifa Social Pernambucana da Compesa chegou a ser marcado para a sexta-feira (29), na sede da Compesa, no bairro de Santo Amaro, mas foi cancelado.

No entanto, o benefício a ser concedido aos clientes pernambucanos está assegurado. Independentemente dos movimentos de outras empresas nacionais.

A governadora Raquel Lyra deve anunciar os detalhes nesta terça-feira, em evento na Compesa. Caso siga a legislação integralmente, com base na média do CadÚnico definidos na lei, a nova tarifa social poderá atin9ir 500 mil famílias em Pernambuco (ou cerca de 1,5 milhão de beneficiários).

Como vem estudando como se adequar à nova legislação há mais de um ano, a estatal pernambucana não deve ter problema e terá uma base grande sob o guarda chuva social. Para que se tenha uma ideia, confirmado o número de 500 mil atendidos, ele representará 1/4 dos clientes da empresa.

Também ajudou o fato de a empresa pernambucana ter melhorados seus números no último ano, abrindo espaço para a iniciativa social.

No plano nacional, conforme se lê na imprensa nacional, um dos motivos para a tentativa de postergação da tarifa social seria a necessidade de promover reajustes tarifários antes das bondades.

A explicação para isto é a existência do subsídio cruzado, em que categorias de clientes mais abastados pagam pelos menos abastados.

A nova lei prevê a criação de um fundo especial para subsidiar a nova tarifa social, mas nada saiu do papel ainda.

Assim, é líquido e certo que haverá uma reestruturação tarifária para viabilizar a inclusão dos clientes mais humildes, seja em Pernambuco, seja nas demais empresas.

Projeto de concessão da distribuição

Conforme já antecipou o site Jamildo.com, o governo do Estado planeja promover em 2025 a concessão da área de distribuição da Compesa em Pernambuco, concentrando a ação estatal na área de produção de água. O BNDES é o responsável pelo modelo do leilão.

Com a garantia da tarifa social, antes mesmo de "qualquer esmola federal em forma de fundo", a governadora Raquel Lyra terá a chance de afirmar que está incluindo os pernambucanos, antes de qualquer movimento de concessão, em qualquer cenário.

Riscos para conservação e estímulo ao desperdício

De acordo com os operadores nacionais, um dos problemas da lei é que ela prevê uma franquia de 15 metros cúbicos para estes clientes de baixa renda, enquanto a media nacional é de 10 metros cúbicos. Isto acabaria estimulando o uso não racional da água, em um momento em que se busca a preservação de recursos naturais.

O tema da tarifa social da água foi levado ao ar, sempre com exclusividade, pelo Jamildo.com, para a coluna eletrônica na CBN Recife, nesta segunda.

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