Jamildo Melo | Publicado em 04/11/2025, às 16h09
Não foi bem uma cobrança, mas, em recente encontro com empresários da construção e mercado imobiliário, no almoço da Sinduscon e Ademi, o prefeito do Recife João Campos foi questionado sobre o andamento das obras na orla de Boa Viagem, cartão postal da cidade.
"Nós enfrentamos desafios técnicos no projeto da orla nova. Não se trata de apenas trocar o pavimento do local. A Prefeitura do Recife esta fazendo o saneamento de toda orla, que completa 100 anos neste ano", afirmou. "É o que dá dor de cabeça (nesta obra), mas não havia como fazer diferente".
O prefeito também foi provocado a falar sobre a engorda da praia de Boa Viagem.
"A engorda tem mais de uma solução e essa recomposição da costa está em sua fase final de projeto", avisou.
No encontro, o prefeito disse que iria fazer um convênio com o governo Federal (Ministério das Cidades), de modo a fazer a proteção da cidade.
"Por isto (capacidade de negociação), foi importante ter sido deputado, antes de ser prefeito", disse, em dado momento.
O evento pareceu mostrar que João Campos está em lua de mel com o setor, depois de uma série de iniciativas, para fortalecer a área de habitação.
Entre as ações, está a sanção da nova Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo (LPUOS), que cria incentivos urbanísticos para quem investir em moradias no Recife Antigo e em outras áreas centrais.
A medida concede bônus construtivos a empreendedores e busca reverter o esvaziamento populacional da região, que perdeu cerca de 42 mil moradores na última década.
Segundo a prefeitura, a expectativa é viabilizar até 50 mil novas unidades habitacionais nos próximos cinco anos, com prioridade para habitação de interesse social.
Outra frente do programa inclui o perdão de dívidas imobiliárias de imóveis antigos localizados no centro, desde que os proprietários assumam contrapartidas como a reforma e regularização dos prédios.
Também foi enviada proposta de lei que autoriza a venda forçada, por meio de leilão público, de imóveis abandonados ou sem uso, permitindo que novos proprietários deem função social aos espaços.
Paralelamente, conforme revelado pelo site Jamildo.com, o município tem articulado com a Secretaria do Patrimônio da União (SPU) e a Caixa Econômica Federal a liberação de terrenos federais ociosos na capital, abrindo caminho para financiamentos via FGTS e o programa Minha Casa Minha Vida.
O conjunto dessas medidas faz parte da estratégia da gestão João Campos para revitalizar o centro do Recife, estimular o mercado imobiliário e ampliar a oferta de moradias acessíveis.
João Campos, Caixa e SPU articulam destravar terrenos da União no Recife, abrindo acesso a novos recursos do FGTS para habitação
Para turbinar Minha Casa Minha Vida no Recife, João Campos vai perdoar dívidas de imóveis antigos e levar a leilão terrenos abandonados
Com ajuda do Minha Casa Minha Vida e iniciativa privada, João Campos espera dar vida nova ao coração do Recife