Exclusivo: Raquel vai retomar obras paradas há 10 anos de cadeias em Araçoiaba

Sem alarde, o Governo do Estado concluiu uma licitação para terminar as obras em três cadeias públicas em Araçoiaba, paradas há dez anos.

O Governo do Estado já escolheu a empresa que irá terminar as obras. A licitação foi conduzida pela CEHAB, estatal estadual.

Foi contratada uma "empresa especializada de engenharia para adequação e execução dos serviços de obras remanescentes de 03 cadeias públicas masculinas (UPM03 / UPM-04 e UPM-05), situadas na comunidade Engenho Santo Antônio, no município de Araçoiaba/PE".

O valor do contrato, segundo a licitação, ficou em R$ 30.683.779,50.

O término destas obras virou uma novela com cobranças do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), desde o governo de Eduardo Campos (PSB), passando por Paulo Câmara (sem partido) e chegando na atual gestão estadual.

DEZ ANOS DE OBRAS PARADAS

Em novembro de 2023, um levantamento realizado pelo Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE) destacou os custos associados à finalização das edificações de dois complexos prisionais e três unidades carcerárias situados na área rural de Araçoiaba, na região metropolitana do Recife.

Após dez anos desde o início dos trabalhos, as cadeias públicas encontram-se desativadas. Mais de R$ 120 milhões provenientes dos cofres públicos foram utilizados, conforme informações do TCE.

As construções iniciaram em junho de 2014, em três lotes de terra do Engenho Santo Antônio. Algumas unidades tinham previsão para entrega em 2016.

O relatório do TCE acompanhou a construção das cadeias de 2014 a 2023, apontando uma série de supostas regularidades, conforme apurou o site Jamildo.com.

"As obras, que estavam previstas para serem completadas em um ano e meio, estão se arrastando há 10 anos pela ausência de prioridade do estado, pela ausência de disponibilização de recursos e, também, pela carência na execução dos projetos e demais obras para que o projeto pudesse funcionar", afirmou na época o promotor de Justiça da Vara de Execuções Penais Fernando Falcão Ferraz.