Avanço da adutora do Agreste em Caruaru: água para 350 mil pessoas

A obra da Adutora do Agreste em Caruaru, essencial para garantir o abastecimento de água para 350 mil pessoas na cidade, recebeu nesta semana a visita técnica de dirigentes e engenheiros da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa).

A inspeção ocorreu na Rua José Vieira de Lima, no bairro do Salgado, onde está sendo construído um trecho da adutora que transportará 600 litros de água por segundo para a Estação de Tratamento de Água (ETA) Salgado.

Durante a vistoria, o presidente da Compesa, Alex Campos, acompanhado dos diretores Daniel Genuíno e Flávio Coutinho, destacou os desafios enfrentados pela obra devido ao solo rochoso, que exige métodos como explosivos de baixo impacto e trabalho manual intenso. Além disso, o avanço das intervenções em uma área densamente povoada demanda atenção especial, considerando fatores sociais e ambientais.

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"Levando-se em consideração as dificuldades e variáveis impostas por uma obra, e vendo de perto a complexidade das ações, estimamos que esse trecho fique pronto ainda neste primeiro semestre”, afirmou Alex Campos.

Na Rua José Vieira de Lima, serão assentados 340 metros de tubulações de grande porte, com diâmetro de 1.200 mm, até a ETA Salgado. Esse trecho faz parte do eixo principal da Adutora do Agreste, que já possui 712 km de tubos assentados e é essencial para garantir o pleno funcionamento do sistema, levando água do Rio São Francisco para milhões de moradores do Agreste pernambucano.

Em Caruaru, a obra está recebendo investimentos de R$ 22 milhões.

Além do trecho em Caruaru, outras etapas da Adutora do Agreste estão em execução. Os trabalhos em Gravatá e Bezerros, que compreendem a instalação de 48 km de tubulações, estão previstos para serem concluídos até o fim deste ano, com um investimento de R$ 71 milhões.

Com a conclusão dessas etapas, o sistema adutor será uma das principais soluções para minimizar os problemas de abastecimento de água na região, beneficiando diretamente os moradores do Agreste, uma das áreas mais afetadas pela seca em Pernambuco.

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Audiência pública em Caruaru e outros municípios

As audiências públicas sobre a concessão da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) terão início na próxima semana e abordarão o modelo de concessão privada proposto pela governadora Raquel Lyra. O debate, que promete ser polêmico, terá como foco a divisão do estado em duas regiões de concessão — Região Metropolitana do Recife (RMR) e Sertão — e os impactos dessa mudança na gestão dos serviços de água e saneamento.

Em Caruaru, a audiência está marcada para o dia 16 de janeiro e será uma oportunidade para trabalhadores, sindicatos, lideranças políticas e população discutirem os prós e contras da privatização. Representantes do Sindurb-PE prometem manifestações contrárias, destacando preocupações com aumento de tarifas e desabastecimento, como observado em modelos semelhantes no Rio de Janeiro e Alagoas.

Além de Caruaru, outras três cidades estratégicas sediarão audiências: Recife, Petrolina e Salgueiro. Durante esses encontros, o governo pretende apresentar detalhes do projeto, enquanto os opositores reforçarão críticas ao que consideram ser uma tentativa de enfraquecimento da Compesa para justificar a concessão à iniciativa privada.