Cynara Maíra | Publicado em 17/10/2025, às 07h19 - Atualizado às 08h32
A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) realiza, na próxima segunda-feira (20), uma audiência pública para discutir o futuro do Metrô do Recife.
O encontro, proposto pelo deputado João Paulo (PT), também terá o lançamento da “Carta ao presidente Lula em Defesa do Metrô do Recife”, um documento que se posiciona contra a privatização do sistema e defende o investimento público para sua recuperação.
A iniciativa ocorre em um momento de colapso operacional do metrô, que atualmente transporta cerca de 200 mil passageiros por dia em condições precárias. Falhas técnicas, intervalos que chegam a 20 minutos e o aumento do tempo de viagem se tornaram rotina para os usuários.
“O que está em jogo é o direito à mobilidade da população trabalhadora. É dever do Estado investir, modernizar e ampliar o metrô, garantindo tarifas justas e qualidade no serviço”, afirmou o deputado João Paulo.
A audiência pública, que começa às 10h, reunirá representantes de sindicatos, gestores públicos e da sociedade civil para discutir o tema. Foram convidados para o debate o presidente da CBTU, secretários de mobilidade do estado e do município, além de senadores da bancada pernambucana
Administrado pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), o Metrô do Recife enfrenta um quadro de sucateamento. A frota opera com menos da metade da capacidade, com apenas 15 trens circulando diariamente nas linhas Centro e Sul. Segundo o Sindicato dos Metroviários (Sindmetro-PE), a última compra de trens ocorreu entre 2009 e 2010.
A crise afeta diretamente a operação. Desde setembro de 2024, o sistema não funciona aos domingos para permitir a manutenção das vias.
Além disso, o Ramal Jaboatão da Linha Centro passou a operar em via única após as 20h30 para a troca de trilhos, um procedimento que, segundo a CBTU, nunca havia sido feito de forma robusta. O investimento de mais de R$ 130 milhões ocorreu por meio do Novo PAC.
O debate sobre o futuro do metrô se intensificou após o governo federal anunciar o repasse da estrutura para o Governo de Pernambuco, que já sinalizou intenção de conceder o sistema à iniciativa privada, com leilão previsto para o primeiro semestre de 2026.
A proposta prevê um aporte da União de cerca de R$ 3 bilhões e uma contrapartida estadual de R$ 150 milhões para modernizar a infraestrutura antes da concessão.
O Sindmetro-PE se opõe ao modelo. O presidente do sindicato, Luiz Soares, defende um investimento público de R$ 1 bilhão ao longo de quatro anos para recuperar o sistema. “Não. Não. O Metrô é do povo”, declarou Soares em entrevista recente ao PodJá- O Podcast do Jamildo, descartando qualquer apoio à concessão.
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