Por que Ingrid para presidente da OAB/PE

Gustavo Henrique Freire | Publicado em 12/11/2024, às 21h41

Atual vice-presidente da OAB/PE representa a situação na disputa - Divulgação
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Por Gustavo Henrique Freire, advogado, em artigo enviado ao site Jamildo.com

Em “Samba da Benção”, de 1968, o poetinha – como era afetuosamente chamado – Vinicius de Moraes, disse: “A vida não é brincadeira amigo. A vida é a arte do encontro embora haja tanto desencontro pela vida”.

Essa estrofe cabe como uma luva para definir a querida amiga de longa estrada Ingrid Zanella, que hoje disputa a Presidência da OAB de Pernambuco, já na sua simples candidatura escrevendo pioneiramente a história. Ingrid para mim tem sido um encontro e dos mais felizes.

Juntos sobretudo na Primeira Câmara da Seccional há quase 6 anos, colegiado esse que conhece e decide sobre uma imensidão de assuntos ligados à inscrição e às sociedades de advogados, eu e Ingrid, e, conosco, um time altamente compromissado e qualificado de voluntários, Conselheiras e Conselheiros, por vezes trabalhando até quase às portas da madrugada, doamos o máximo e o melhor de nós para uma prestação administrativa célere e eficaz, com clareza, discernimento e sobretudo responsabilidade.

É essa sinergia que me convence, hoje, de que não estou puramente ao lado de uma colega que “cumpre tabela”, com quem é um privilégio dividir o encargo, mas sim de uma líder com todos os atributos da liderança: coragem, desassombro, equilíbrio, empatia, humildade, acolhimento e escuta ativa.

Quem convive no dia a dia com Ingrid, um pouco mais ou um pouco menos, logo percebe o ser humano especial que ela é e a guerreira que se tornou, comandante do próprio destino, rompendo barreiras e desconstruindo preconceitos, galgando o seu próprio espaço por mérito e não por favor político, sempre preocupada em dar atenção e fazer a diferença, do que em gerar engajamento e curtidas nas redes sociais.

Dos coworkings às novas sedes de Subseccionais, dos parlatórios às duas dezenas de provocações ao CNJ, da Farmácia CAAPE à expansão da ESA e da sua grade de cursos, do percorrer do interior para sentir a temperatura dos reclamos daquela advocacia, da preocupação com a jovem advocacia à mulher advogada, inclusive à advogada que é mãe, em todos os quadrantes das últimas duas administrações da OAB/PE, as digitais de Ingrid estão impressas.

É inegável. Ouvi-la ou vê-la falar de todas essas e muitas outras entregas é constatar o brilho nos olhos de quem verdadeiramente se dedica à causa do voluntariado oabeano.

Daí porque Ingrid é renovação. Ela traz ao grupo o próprio olhar, os próprios sonhos, a própria vivência. Chega já amadurecida na labuta diária de uma agenda permanentemente repleta. Conhece visceralmente a estrutura administrativa. Trata pelo prenome a cada um. Sorri com o rosto inteiro. Abraça como quem não quer mais soltar. Para o tempo para ouvir o outro, a quem sempre tem uma palavra de estímulo e esperança para oferecer.

Nunca testemunhei Ingrid perder a serenidade ainda que nos temas mais desafiadores. Nunca a vi elevar o tom de voz para fazer chegar seu argumento. Nunca senti frio na barriga ou arrepios na nuca perto dela na condução de qualquer assunto que nos tenha sido comum.

Nunca a vi relativizar a ética para atingir um fim politicamente vantajoso. Sempre a presenciei dizer a verdade, cumprir a palavra empenhada, conectar-se com os anseios e dores do outro.

Em tempos polarizados, que dividem a humanidade em torcidas que se repelem mutuamente, figuras como Ingrid me fazem continuar acreditando que é possível, sim, coexistirmos em harmonia, mesmo que pontualmente discordemos.

Que é factível habitarmos o mesmo espaço, ainda que nossas convicções nem sempre convirjam. Ingrid sabe aglutinar. Portanto, é líder em plenitude e amplitude, e não para satisfação de uma ambição pessoal.

A OAB/PE completou em 2024 os seus 92 anos de criação, sem nunca haver tido uma mulher à frente dos seus destinos. Em outros cargos no Sistema, sim, houve mulheres notáveis, entre elas a saudosa Nair Andrade, mas não na Presidência.

A Seccional berço do primeiro curso de Direito e das heroínas de Tejucupapo avançou a passos firmes para a inclusividade, para a paridade de gêneros, para a equidade racial, contudo, faltava dar esse salto triplo carpado rumo a um voo maior. Ingrid é a autora dessa iniciativa. Ela construiu o caminho.

Assim como Yulimar Rojas, primeira sul-americana a conquistar o ouro olímpico em 2020 em Tóquio; e Beatriz Souza, ouro olímpico em Paris neste ano de 2024, Ingrid se preparou, esperou seu momento, capacitou-se e reuniu os predicados para se tornar também uma desbravadora. Cabe à classe reconhecer a jornada.

Seja na defesa das prerrogativas, no combate ao abuso de autoridade, na propensão à precarização da profissão e ao aviltamento dos honorários, seja na defesa incansável e intimorata do Estado Democrático de Direito, com a compreensão arraigada da inteireza do artigo 44 da Lei 8.906, que neste ciclo de 2024 alcança o seu trigésimo aniversário, a advocacia brasileira – múnus público e função social – não pode abrir mão de líderes sérios, independentes e ousados.

Aventureiros que tentem a sorte em outras paragens. Seu lugar definitivamente não é a OAB. A cadeira de Presidente nem é troféu, nem trono, nem vitrine.

No próximo dia 18, que já bate à porta, o meu voto – e espero que também o voto do colega que me lê – merece ter como destino a chapa 100, com Ingrid Zanella para a Presidência da OAB/PE no triênio 2025/2027.

Lembremo-nos todas e todos daquilo que disse certa feita a ex-Primeira-Dama norte-americana Eleanor Roosevelt: “As pessoas crescem através da experiência se elas enfrentam a vida honesta e corajosamente. É assim que o caráter é construído”. Esta é a definição do verbete Ingrid Zanella no dicionário da minha consciência.

Os textos dos colunistas não refletem necessariamente as opiniões do site Jamildo.com

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