80 anos de Chico Buarque: Patrimônio vivo e consolidado da MPB

Yan Lucca | Publicado em 19/06/2024, às 12h59

Foto do cantor e compositor brasileiro, Chico Buarque - Foto: Armando Borges | Acervo TV Cultura
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Nesta quarta-feira (19), o cantor Chico Buarque completa 80 anos, consagrado como um dos maiores compositores da MPB e possuidor de um vasto legado no cenário cultural brasileiro.

Francisco Buarque de Hollanda, ou apenas Chico Buarque, nasceu no Rio de Janeiro em 19 de junho de 1944. É cantor, compositor, violonista, dramaturgo, escritor e ator.

Considerado um dos maiores artistas vivos da música brasileira, sua discografia conta com aproximadamente oitenta obras, incluindo álbuns solo e compactos, além de músicas feitas em colaboração com outros artistas.

Sua ascensão se deu em 1966, com o lançamento de seu primeiro álbum, "Chico Buarque de Hollanda", e a vitória no Festival de Música Popular Brasileira com a canção “A Banda”

O impacto das suas composições com letras profundas o posicionou como uma voz de relevância na cena cultural do país. 

Em 1969, diante da repressão do regime militar, Chico exilou-se na Itália, retornando somente 1970 como um crítico da política brasileira e militando pela redemocratização do país.

“Quem é essa mulher, que canta sempre esse estribilho?”

Foto da estilista Zuzu Angel e seu filho Stauart Angel - Foto: Reprodução / Internet

Uma das tantas histórias que revelam a sensibilidade artística e a luta social de Chico Buarque é a de amor e laços criados com a estilista Zuleika de Souza Netto, conhecida como Zuzu Angel (1921–1976). 

A estilista, que perdeu seu filho, Stuart Angel, estudante de economia na UFRJ, militante da luta armada, preso, torturado e morto pelos instrumentos de repressão do Estado durante a ditadura cívico-militar, criou uma forte amizade com o cantor e sua família. A partir da morte de Stuart, Zuzu iniciou uma luta inglória, onde incansavelmente utilizou sua influência na alta sociedade e todos os seus recursos para conseguir justiça em nome do seu filho.

Em 1975 encaminhou para Chico Buarque uma carta, onde, entre detalhes, afirmava que, se ela morresse, os responsáveis seriam os mesmos que haviam matado seu filho.

Misteriosamente, no ano seguinte, Zuzu morreu em um sinistro automobilístico.

Com a instalação da Comissão Nacional da Verdade, comprovou-se que agentes do Estado foram os responsáveis pela morte da estilista. A União foi condenada a pagar danos morais à família. 

Em 1977, a partir de uma melodia de Miltinho, do MPB-4, Chico Buarque compôs em homenagem a Zuzu Angel e seu filho. Somente em 81, no álbum Almanaque, foi incluída a canção Angélica, em memória de Zuzu e Stuart. 

Chico Buarque e seu legado atemporal

Foto da capa de um dos álbuns de Chico Buarque - Foto: Reprodução

Dois de seus álbuns mais abradados, Construção (1971) e Meus Caros Amigos (1976), são considerados obras-primas, que refletem sua habilidade musical e seu compromisso com questões sociais.

Ambos estão na lista dos 100 maiores discos da música brasileira pela revista Rolling Stone Brasil.

Além de sua carreira musical, Chico também se destacou como escritor e dramaturgo. Seu primeiro conto foi escrito aos 18 anos e, ao longo dos anos, produziu peças teatrais e romances. Entre suas honrarias literárias, estão três Prêmios Jabuti. 

Em 2019, ganhou o Prêmio Camões, o mais prestigioso prêmio literário da língua portuguesa.

Foi casado por 33 anos com a atriz Marieta Severo, com quem teve três filhas: Sílvia, Helena e Luísa.

Desde os primeiros anos, ao lado de intelectuais como Vinicius de Moraes e Paulo Vanzolini, Chico Buarque continua sendo uma figura emblemática e um símbolo vivo na Música Popular Brasileira.

Notícias de Economia e Política você acompanha em jamildo.com, site editado pelo jornalista Jamildo Melo, que atuou como repórter especial e titular do Blog do Jamildo no Jornal do Commercio (JC).

Música Chico Buarque MPB Cultura

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