Neste domingo, 7 de setembro de 2025, o Sinpol estará nas ruas do Recife, concentração no parque 13 de maio, às 09h, no Grito dos Excluídos
por Plantão Jamildo.com
Publicado em 06/09/2025, às 22h14 - Atualizado às 22h28
Independência é também segurança: o povo não aguenta mais de tanta violência
Por Áureo Cisneiros, presidente do Sinpol, em artigo enviado ao site
O 7 de setembro é, para todos nós, um marco da liberdade e soberania nacional. Foi nessa data que o Brasil rompeu oficialmente os laços de dependência com Portugal e passou a se afirmar como nação soberana. Mas dois séculos depois, precisamos nos perguntar: somos de fato independentes e soberano?
A resposta, infelizmente, é não. Como falar em independência se milhões de brasileiros vivem sob o medo, reféns da violência, acuados pelo avanço das facções criminosas e pelo descaso do Estado? Como celebrar liberdade se o trabalhador sai de casa todos os dias sem a certeza de voltar vivo?
O Brasil inteiro enfrenta uma escalada da criminalidade. Mas em Pernambuco, a situação chega a ser ainda mais alarmante: somos o segundo estado brasileiro com o maior número de facções criminosas e o terceiro estado mais violento do país. Isso é simplesmente inacreditável.
Enquanto o povo pede paz, o crime organizado se fortalece, avança sobre bairros, comunidades e até o interior. O resultado é um estado em que a insegurança se tornou rotina, corroendo a esperança de famílias inteiras. O pernambucano, que já sofre com baixos salários, desemprego e falta de oportunidades, ainda precisa conviver com o medo constante de ser vítima da violência.
Essa não é a independência que merecemos.
É hora de dizer com todas as letras: *a segurança pública não é um mero serviço público, como se fosse apenas mais uma política de governo. Segurança é, na verdade, um direito fundamental do povo, tão essencial quanto saúde e educação.*
Sem segurança, não há cidadania plena, não há liberdade, não há democracia real. Sem segurança, não existe independência de verdade. É dever do Estado proteger a vida, garantir dignidade e combater o crime organizado com seriedade. Como também, segurança pública é um dever de todos.
Não se vence facções criminosas com improviso, bravatas ou medidas paliativas. Para combater o crime organizado, é preciso uma polícia investigativa forte, bem estruturada, valorizada e moderna, com procedimentos capazes de acompanhar a evolução tecnológica e organizacional dos criminosos e suas facções.
A Polícia Civil de Pernambuco tem mais de 200 anos de história, mas continua operando com ferramentas obsoletas, ultrapassadas. Enquanto o crime se moderniza, usando tecnologia, comunicação criptografada e redes internacionais, nossas investigações seguem travadas pela falta de integração e estrutura, de efetivo, de reconhecimento e valorização, por parte dos governantes que só querem lá lacrar com a segurança pública sem responsabilidade de resolver o problema de forma permanente.
O crime organizado não teme mais viaturas de polícia, mas sim uma investigação eficiente e moderna, capaz de desarticular lideranças, cortar fluxos de dinheiro e enfraquecer as bases do crime. É isso que precisamos construir em Pernambuco.
Por isso, a aprovação da Lei Orgânica da Polícia Civil não é apenas uma pauta corporativa. É uma necessidade da sociedade que clama por uma segurança pública moderna e eficiente. É a lei orgânica da Polícia Civil que dará base para modernizar os procedimentos investigativos, valorizar os policiais civis e garantir ao povo pernambucano uma polícia capaz de enfrentar o crime organizado com eficiência porque bandido bom é preso e pagando caro pelo que fez.
*Temos a esperança de que a governadora encaminhe essa lei, valorizando e modernizando a Polícia Civil. Até porque ela própria já foi delegada e sabe, por experiência, que modernizar a polícia investigativa e seus procedimentos é fundamental para combater o crime de forma eficiente e perene.*
O 7 de setembro de 1822 nos libertou do domínio estrangeiro. Mas o 7 de setembro de hoje precisa nos libertar de algo tão grave quanto: o domínio do medo, da violência e do crime organizado.
Não somos independentes de verdade enquanto o trabalhador viver acuado, enquanto as famílias reféns da violência se trancarem em suas casas, enquanto o Estado se omitir diante do sofrimento do povo.
Por isso, o grito que precisa ecoar neste 7 de setembro não é apenas o de independência de uma nação, mas o de independência de um povo que exige segurança, justiça social e soberania.
A hora de ir às ruas é agora. No dia 7 de setembro estaremos nas ruas reivindicando a modernização e valorização da Polícia Civil de Pernambuco.
Neste domingo, 07 de setembro de 2025, o Sinpol-PE estará nas ruas do Recife, concentração no parque 13 de maio, às 09h, no Grito dos Excluídos, ecoando nosso grito por uma Segurança Pública melhor porque ninguém aguenta mais de tanta violência. Por isso modenizar a Polícia Civil é uma tarefa de todos, pois ela é um patrimônio do povo pernambucano. Governadora, Lei Orgânica JÁ!!
Áureo Cisneiros é presidente do SINPOL-PE e apresenta-se como defensor da segurança pública como direito fundamental do povo brasileiro