Levantamento Quaest indica que 64% dos moradores do Rio aprovam a megaoperação policial no Alemão e na Penha; 73% defendem novas ações semelhantes
por Plantão Jamildo.com
Publicado em 02/11/2025, às 12h52
Operação policial no Alemão e na Penha deixou 121 mortos e teve 64% de aprovação.
Maioria dos entrevistados defende novas ações semelhantes em outras comunidades.
Apoio é maior entre homens e eleitores de direita; rejeição cresce entre lulistas.
Para 58%, a operação foi um sucesso; 32% a consideram um fracasso.
Uma pesquisa realizada pelo instituto Genial/Quaest indica que 64% dos moradores do estado do Rio de Janeiro aprovam a megaoperação policial realizada nos complexos do Alemão e da Penha, na semana passada. A ação, considerada a mais letal da história do estado, deixou 121 mortos, entre eles quatro policiais.
O levantamento foi feito entre os dias 30 e 31 de outubro, com 1,5 mil entrevistas presenciais em diferentes regiões do estado. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, com 95% de nível de confiança. Segundo o instituto, 98% dos entrevistados afirmaram ter conhecimento da operação.
Além da aprovação à operação, 73% dos entrevistados consideram que ações semelhantes devem ser realizadas em outras comunidades, morros e favelas do estado. O apoio é maior entre homens (85%) do que entre mulheres (62%).
De acordo com o levantamento, 27% desaprovaram a operação, 6% afirmaram ser indiferentes e 3% não souberam ou preferiram não responder.
A maior aprovação foi registrada entre os homens, com 79% de apoio e 17% de desaprovação. Entre as mulheres, 51% aprovaram e 36% desaprovaram a ação.
Por faixa etária, o grupo entre 31 e 50 anos apresentou 68% de aprovação, seguido pelos jovens de 16 a 30 anos (65%) e pelos entrevistados com mais de 51 anos (58%). A desaprovação é maior entre os mais velhos, chegando a 29% nessa faixa.
A renda familiar também influenciou a avaliação. Entre os que ganham de 2 a 5 salários mínimos, 69% aprovaram a operação. O apoio foi de 58% entre quem recebe até 2 salários e de 63% entre os que ganham acima de 5 salários mínimos.
A maior desaprovação (36%) ocorreu entre os entrevistados de renda mais alta, acima de cinco salários mínimos.
O apoio foi mais expressivo entre os entrevistados com até o ensino fundamental (67%). Entre os que têm ensino médio, a aprovação chegou a 66%, enquanto entre os que possuem ensino superior incompleto ou completo, o índice caiu para 59%, com 39% de desaprovação.
A Baixada Fluminense registrou a maior aprovação à operação (73%). Na capital, 68% apoiaram a ação. Já em Niterói, São Gonçalo e Maricá, o apoio foi de 56%. No Sul Fluminense, região Serrana e Norte/Noroeste, a taxa foi de 57%.
A aprovação à operação apresentou diferenças significativas conforme a identificação política dos entrevistados. Entre os bolsonaristas, 93% aprovaram a ação, e entre os eleitores de direita não bolsonarista, o apoio foi de 92%.
No grupo dos lulistas, 35% aprovaram e 59% desaprovaram. Entre os eleitores de esquerda não lulista, a rejeição foi ainda maior — 70% desaprovaram e apenas 27% aprovaram.
Entre os independentes, o cenário foi mais equilibrado: 61% de aprovação e 24% de desaprovação.
A pesquisa também avaliou a percepção dos moradores sobre o resultado da ação. Para 58%, a operação foi considerada um sucesso, enquanto 32% a classificaram como fracasso. Outros 6% disseram que o resultado “depende” e 4% não souberam responder.
A avaliação positiva é maior entre homens (73%) e na faixa de 31 a 50 anos (61%). Entre as mulheres, 43% consideraram a operação bem-sucedida e 44% a avaliaram negativamente.