Oposição na Alepe diz que Raquel já tem autorização para empréstimos e não aplicou

Oposição na Alepe chama imprensa e diz que governo não teve sucesso no diálogo político e tenta prejudicar o Legislativo usando novo pedido de empréstimo

Jamildo Melo

por Jamildo Melo

Publicado em 27/05/2025, às 11h51 - Atualizado às 13h05

Oposição diz na Alepe que governo já tem autorizações superiores ao novo pedido de empéstimo - Divulgação
Oposição diz na Alepe que governo já tem autorizações superiores ao novo pedido de empéstimo - Divulgação

A confusão entre governo e Alepe pode escalar mais ainda. Os presidentes de três importantes comissões da Alepe fizeram uma coletiva, nesta manhã, para tratar de supostas irregularidades encontradas na relação com o governo no que toca a aprovação de empréstimos.

Em suma, os deputados Antônio Coelho, Alberto Feitosa e Waldemar Borges afirmaram que o governo Raquel Lyra já tem autorização para empréstimos no valor de R$ 1,7 bilhão desde o começo do governo e não aplicou integralmente.

Os deputados sustentam que não há a urgência cobrara pela governadora ou a bancada de oposição porque já há autorizações legislativas para R$ 1,7 disponíveis desde 2025, com base inclusive em leis de 2023 ainda.

"Na realidade, o que há de fato é um excesso de autorização legislativa de mais de R$ 200 milhões, se considerarmos o saldo de R$ 1,6 bilhão de autorizações de empréstimos de 2023 e 2024", afirmou.

"Além disto, neste ano de R$ 2025, o governo do Estado tem apenas um espaço fiscal de R$ 400 milhões junto a STN (Secretaria do Tesouro Nacional)"

Na apresentação, o deputado Antônio Coelho disse que a Alepe vai entrar com uma representação no Tribunal de Contas da União (TCU) para que se estabeleça "apuração e sanções".

"Como mostramos aqui, cai por terra a argumentação do governo Raquel de que a Alepe atrapalha a realização de obras, como foi citado com o Arco Metropolitano", disse Feitosa. "Não conseguem fazer e querem achar um bode expiatório. A culpa não é da Assembleia Legislativa e sim da incapacidade do governo na gestão".

No mesmo evento, a oposição reclamou que estaria havendo descumprimento das leis autorizativas já dadas, uma vez que se deixou de informar como e onde iria gastar, ao ser feito um aditivo em outubro de 24 com a Caixa. "Estes fatos legitimam a Alepe a ter uma maior fiscalização", afirmou Antônio Coelho.

Antônio Coelho revelou, na coletiva, que o Estado levou 15 meses para receber o primeiro desembolso, no valor de R$ 200 milhões, e chegou a perder o prazo de carência.

A autorização legislativa inicial era de julho de 23. O primeiro desembolso ocorreu em dezembro de 24. Em março de 25, saiu a segunda parcela, no valor de R$ 400 milhões.

"O Estado só usou um terço do total autorizado. Pernambuco perdeu oportunidade de investir R$ 1 bilhão por conta da incapacidade de gestão do governo. Por tudo isto, não se sustenta o argumento da urgência, de que seria imprescindível. Imprescindível é capacidade de gestão"

Suposto desvio de empréstimo da Caixa

Na coletiva, Antônio Coelho disse que o Executivo descumpriu um empréstimo da Caixa, que seria para obras de desenvolvimento e foi aplicado no Palácio do Campo das Princesas.

Antônio Coelho citou R$ 611 mil gastos no gabinete da Casa Civil e até um crédito que chegou a ser aberto mas depois abortado para compra de ar condicionado para o gabinete da governadora.

"Esse governo tenta tirar a legitimidade da Alepe, mas a sua taxa de execução é pior do que o governo Paulo Câmara", disse.

Nota oficial da bancada do governo Raquel

Antes da divulgação das informações, em nota, a líder do governo Socorro Pimentel divulgou uma nota falando em diálogo e respeito aos poderes.

"Na manhã de hoje, os deputados e deputadas que compõem a base do governo na Assembleia Legislativa de Pernambuco estiveram reunidos no Palácio do Campo das Princesas, em um café da manhã que ocorre quinzenalmente, com o objetivo de avaliar e debater a tramitação dos projetos na Casa.

Durante o encontro, foi deliberada a criação de um grupo de trabalho formado pelos líderes dos partidos que integram a base governista. Este grupo atuará junto à Mesa Diretora da Alepe com a missão de colaborar institucionalmente no destravamento da pauta legislativa e na superação de impasses, sempre com espírito público e foco no diálogo.

A orientação da governadora é clara: fazer o necessário para garantir o bom andamento dos trabalhos legislativos e assegurar que projetos importantes para o povo pernambucano avancem.

Reiteramos a importância de mantermos um ambiente de diálogo e respeito entre os Poderes. Somente com harmonia institucional poderemos votar matérias de real interesse da população, bem como propostas fundamentais oriundas de outros Poderes, a exemplo do Tribunal de Contas e o Tribunal de Justiça de Pernambuco.

Seguiremos comprometidos com o bom funcionamento da Assembleia Legislativa e com os interesses maiores de Pernambuco", afirma a nota oficial enviada por Socorro Pimentel, ao site Jamildo.com.