Greve: petroleiros devem parar em protesto nesta quarta-feira (26)

De acordo com a FUP, o movimento de paralisação visa garantir direitos, segurança e melhores condições de trabalho para todos do Sistema Petrobras.

Clara Nilo

por Clara Nilo

Publicado em 24/03/2025, às 16h22 - Atualizado às 17h28

Após unanimidade, a greve deve ocorrer nesta quarta-feira (26). - Reprodução
Após unanimidade, a greve deve ocorrer nesta quarta-feira (26). - Reprodução

Em reuniões realizadas nas unidades operacionais e administrativas da Petrobras, a convocação de uma greve de advertência de 24 horas foi decididoa pela categoria petroleira por unanimidade ou ampla maioria nas unidades do Brasil.

A paralisação deve acontecer nesta quarta-feira (26) e visa protestar, de acordo com a Federação Única dos Petroleiros (FUP), "a postura da atual gestão da empresa, que tem esvaziado os fóruns de negociação coletiva e desrespeitado o princípio negocial".

Os profissinais almejam melhores condições de trabalho e segurança para os prestadores de serviços, principalmente voltadas para a melhoria da fiscalização dos contratos e o fim da escala 6×1. Além disso, o movimento demanda a igualdade de direitos entre novos e antigos trabalhadores, com dicionais de transferência e ajuda de custos.

Também faz parte dos pedidos a defesa da Remuneração Variável (pagamento adicional que varia de acordo com o desempenho do funcionário ou da empresa), com a exigência de que os valores não sejam reduzidos. A categoria considera inaceitável a redução de 31% nos montantes (apresentados pela empresa nos simuladores de dezembro de 2024) e o repasse de 207% dos lucros para os acionistas.

Solicitam, ainda, a resolução definitiva dos Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) do Plano Petros, de previdência, bem como a implementação de um plano único e integrado para cargos, carreiras e salários, que priorize a negociação coletiva, ajuste distorções passadas e garanta avanços considerados justos na trajetória profissional.

A defesa do teletrabalho e a abertura de negociações coletivas sobre novas regras que contemplem os impactos sobre os trabalhadores também fazem parte dos motivos que a greve deve acontecer.

Outra prioridade para a FUP é a reposição do efetivo de pessoal através da convocação de concursados e a abertura de novos concursos. Isso se dá porque, segundo eles, há uma "drástica redução no número de trabalhadores após a Lava-Jato".

A garantir a de da integridade física dos trabalhadores e a retomada da produção de fertilizantes na unidade do Paraná (Fafen-PR) com segurança adequada também é uma demanda.

Eles ressaltam que, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), 731 acidentes de trabalham ocorreram no setor de óleo e gás em 2024. Desses, 78 tiveram ferimentos graves e 6 morreram.