Grupo internacional vê potencial de crescimento tanto para cargas de cabotagem ou longo curso em Suape a partir de novo terminal de contêineres
por Jamildo Melo
Publicado em 22/11/2024, às 09h59 - Atualizado às 11h11
Os executivos da APM Terminals, respondendo a um questionamento do site Jamildo.com, na coletiva que antecedeu o lançamento da pedra fundamental em Suape, afirmaram que o novo terminal de contêineres vai criar oportunidades para o porto de Suape crescer tanto na cabotagem (entre os portos do Nordeste, por exemplo), como nas cargas de longo curso, vindas do exterior.
Leonardo Levy, Diretor de Investimentos da APM Terminals para as Américas, no que toca às cargas de longo curso, citou, por exemplo, que os navios que vem da Europa, ao invés de ir para Santos ou Salvador, podem parar em Suape, se houver capacidade operacional no porto.
"Já cargas vindas da Ásia, que vem pelo Cabo da Boa Esperança (em função de problemas logísticos no Canal de Suez), podem fazer transbordo em Suape", citou, como exemplo.
"Veja o caso da Zona Franca de Manaus, cujas cargas chegam da Ásia, pelo porto de Santos (depois de passar pelo Cabo da Boa Esperança) e sobem até Manaus. Com mais capacidade em Suape, desbloqueamos capacidade de cabotagem de Santos a Suape", exemplificou.
Levy citou ainda as cargas de arroz, que são mandadas do Rio Grande do Sul por caminhão para todo o Nordeste e podem estar chegando por cabotagem, com menos riscos de acidentes, e mais sustentabilidade.
"Nós sabemos que o empresário tem o caminhão na porta hoje e é uma questão de flexibilidade, levar na hora. Na cabotagem, ele precisa se programar, entregar no porto, mas com o crescimento da capacidade de operação será possível (o uso do modal)", afirmou.
Daniel Rose disse que hoje a cabotagem representa cerca de 12%, mas que pode chegar ao dobro, em um médio prazo, com o avanço da capacidade de operação.
No que toca ao projeto em si, Daniel Rose, diretor-presidente da APM Terminals Suape, comentou que a data prevista para inauguração é agosto de 2026.
Com um investimento de R$ 1,6 bilhão, sem contar a compra do terreno, a empresa já fez a demolição das antigas estruturas do local e agora vai construir o cais, o pátio de contêineres e os prédios da administração.
"Até o fim do próximo ano, esperamos concluir estas etapas. O treinamento das pessoas começa em fevereiro ou março de 2026", explicou.
A expectativa de capacidade instalada é de 400 mil TEUs por ano. No jargão dos portos, TEU significa Twenty-foot Equivalent Unit (Unidade equivalente a 20 pés). É uma medida padrão usada para descrever o tamanho de um contêiner de transporte. Um TEU corresponde ao volume de um contêiner de 20 pés de comprimento, geralmente usado para calcular a capacidade de navios porta-contêineres e a movimentação de cargas.
Um momento de descontração na coletiva ocorreu quando o site perguntou se o sitio iria ser menor do que as operações em Pecém, considerando que os pernambucanos são bairristas.
"Será igual a Pecém, um pouco maior, é por isto que estamos investindo nos maiores guindastes do mercado", afirmou.
"Em uma área de 25 hectares, teremos um berço com 400 metros e dois guindastes gigantes, mais sete guindastes de pátio, para termos a melhor condição para os trabalhos".
Leia também
@blogdojamildo