Prefeitura do Paulista tinha R$ 3,5 milhões investidos no Banco Master

Recursos seriam do regime próprio de previdência dos servidores municipais de Paulista e pode ser perdido com liquidação extrajudicial do banco master

Jamildo Melo

por Jamildo Melo

Publicado em 19/11/2025, às 14h28 - Atualizado às 14h38

Sede da Prefeitura do Paulista
Servidores da Prefeitura do Paulista podem ser prejudicados, caso recursos do fundo de previdência não possam ser recuperados - Prefeitura do Paulista

A Prefeitura de Paulista é a única em Pernambuco com recursos aplicados no Banco Master, somando R$ 3,58 milhões do regime próprio de previdência dos servidores.

Segundo o Ministério da Previdência, esses valores não têm garantia do FGC e podem não ser recuperados.

O Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do banco após tentativas frustradas de venda e agravamento da situação financeira.

No mesmo dia, a Polícia Federal prendeu o dono do Master e executivos na Operação Compliance Zero, que investiga fraudes e crimes financeiros.

O espaço segue aberto para manifestação da Prefeitura de Paulista.

A Prefeitura de Paulista, na região Metropolitana, é a única de Pernambuco que tem recursos investidos no Banco Master.

Segundo informações do Ministério da Previdência, confirmadas pelo jornal Estadão, no final de 2024 a Prefeitura de Paulista teria R$ 3.580.403,00 investidos no Banco Master.

Os recursos seriam do regime próprio de previdência dos servidores municipais, ou seja, para pagar aposentadorias e pensões dos servidores.

Segundo informações preliminares, os recursos de governos estaduais e prefeituras não têm garantia e não serão ressarcidos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Ou seja, vão perder os investimentos.

LIQUIDAÇÃO DO BANCO E POLÍCIA FEDERAL

O Banco Central (BC) já vinha monitorando o Master. Tentativas de estabilização e negociações para a venda do controle acionário, como a proposta com o Banco de Brasília (BRB) e, posteriormente, tratativas com o Grupo Fictor, foram frustradas e vetadas pela autarquia.

Segundo a imprensa nacional, o ponto de não-retorno foi atingido em novembro de 2025. Diante da incapacidade do banco de honrar seus compromissos e da deterioração de sua situação patrimonial, o BC agiu.

A liquidação extrajudicial foi decretada no dia 18 de novembro de 2025, interrompendo imediatamente o funcionamento do banco e retirando-o de forma organizada do Sistema Financeiro Nacional (SFN).

A crise financeira escalou para o âmbito criminal. Na mesma manhã da liquidação, a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Compliance Zero, que culminou na prisão do dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, e de outros executivos.

As investigações da PF, com informações repassadas pelo BC, apontaram suspeitas de crimes financeiros e fraude, envolvendo a emissão de títulos de crédito e uma tentativa de "esquentar" recursos através da frustrada venda ao BRB. O bloqueio de bens determinado pela Justiça ultrapassou a marca de R$ 12 bilhões.

O OUTRO LADO

Fica aberto no Jamildo.com o espaço para a Prefeitura do Paulista, caso queira acrescentar informações.