PSOL-PE participa de ato no Recife contra violência policial e megaoperação no Rio

Plantão Jamildo.com | Publicado em 02/11/2025, às 10h35

- Paloma Keise
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O Partido Socialismo e Liberdade de Pernambuco (PSOL-PE) participou, na tarde da última sexta-feira (31), do ato “Pernambuco na luta contra a violência genocida do Estado do Rio de Janeiro e do Brasil”, realizado em frente ao Palácio do Campo das Princesas, no bairro de Santo Antônio, no Recife. A mobilização foi convocada pela Coalizão Negra por Direitos – Brasil e pela Articulação Negra de Pernambuco (ANEPE).

O evento reuniu centenas de pessoas e organizações sociais que criticaram a atuação policial no Rio de Janeiro, após a megaoperação policial que resultou em mais de 120 mortes, e denunciaram a intensificação da violência policial em Pernambuco. Segundo os organizadores, as ações do Estado e da polícia reforçam a criminalização da população negra, periférica e de baixa renda.

A mãe de Mário Andrade, Joelma Andrade, adolescente negro assassinado em 2016 por um sargento reformado da Polícia Militar, esteve presente e destacou a importância de lutar pela memória do filho. “Era pra isso aqui estar lotado! Quantas mães não tiveram seus filhos assassinados pela mão do Estado? E eu tô de pé, lutando para que não haja outro Mário”, disse.

A vereadora do Recife e pré-candidata ao Senado pelo PSOL-PE, Jô Cavalcanti, também participou do ato e afirmou que a política de segurança pública no país reproduz racismo institucional:

"Essa política de segurança pública que o Rio de Janeiro e o Brasil joga para dentro das favelas é um processo de racismo. Um Estado que usa o braço armado como política pública precisa ser reformulado."

A dirigente estadual do PSOL e integrante do Movimento Feminista Antirracista, Yasmim Alves, reforçou que, embora a violência em Pernambuco seja menor que no Rio, o modelo de segurança é semelhante:

Quando o Estado não garante direitos, ele empurra nossa juventude negra, indígena e periférica para a violência, e ceifa essas vidas que não estão sendo protegidas.”

O partido defendeu políticas públicas estruturais, incluindo educação, cultura, saúde, moradia e trabalho, como alternativas à violência, e apoiou a nota pública da ANEPE, que exige responsabilização de agentes envolvidos na chacina do Rio de Janeiro e revisão da política de segurança em Pernambuco.

Violência policial em Pernambuco

Dados do estudo Pele Alvo, do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), mostram que, em 2021 e 2022, 90% das vítimas de policiais eram negras; no Grande Recife, todas as vítimas eram negras.

Pesquisas do Instituto Fogo Cruzado indicam que, em julho de 2025, o Grande Recife registrou 127 pessoas baleadas, das quais 84 morreram. Apesar de uma queda de 20% no número de mortos em comparação com julho de 2024, o número de feridos aumentou 126%. Houve registros de tiroteios em 94% dos incidentes.

PSOL jô cavalcanti