Yan Lucca | Publicado em 18/12/2024, às 16h28
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) realizou, na manhã desta quarta-feira (18), duas operações simultâneas para investigar suspeitas de corrupção em Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife.
As ações, denominadas “Patranha” e “Habite-se”, têm como foco crimes como fraude em licitação, organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção e falsidade ideológica. Entre os locais onde foram cumpridos mandados está a sede da prefeitura.
Ao todo, foram expedidos 31 mandados de busca e apreensão pela Vara Criminal da Comarca de Ipojuca. Na operação “Patranha”, também foram cumpridos dois mandados de prisão. Apesar disso, o MPPE não divulgou a identidade dos presos nem os locais das detenções.
Durante as buscas, foram apreendidos celulares, computadores, documentos, dinheiro em espécie, relógios e outros itens.
A operação investiga um esquema de fraudes envolvendo atas de registro de preços da Associação dos Municípios da Bacia do Médio São Francisco (Ammesf), com sede em Minas Gerais.
Segundo o MPPE, a maioria dos itens registrados nas atas foi comercializada em municípios pernambucanos, com destaque para Ipojuca. Um exemplo citado foi a compra de 6 milhões de adesivos para visitantes pela prefeitura em 2023, número que ultrapassa em mais de 60 vezes a população local, estimada em 97.669 pessoas.
O órgão apontou indícios de sobrepreço e emissão de notas fiscais sem a entrega integral dos materiais contratados. Entre 2021 e 2023, os contratos firmados entre a prefeitura e a gráfica responsável somaram mais de R$ 20 milhões.
A segunda operação apura irregularidades no setor de licenciamento imobiliário da prefeitura, onde servidores são suspeitos de exigir vantagens indevidas para a concessão de licenças.
Os crimes investigados incluem corrupção ativa e passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e concussão. Nesta operação, foram cumpridos apenas mandados de busca e apreensão.
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As ações contaram com o suporte das polícias Civil e Militar, além de unidades do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo.
Procurada, a prefeitura de Ipojuca informou ao G1 que se manifestará apenas após ter acesso aos autos do processo.
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