Cynara Maíra | Publicado em 29/12/2025, às 09h08 - Atualizado às 09h55
A governadora Raquel Lyra (PSD) pediu desculpas publicamente, nesta segunda-feira (29), pelas agressões sofridas por dois turistas no último fim de semana em Porto de Galinhas, no litoral Sul de Pernambuco.
Em entrevista à Rádio Jornal, a gestora classificou o episódio como "absolutamente inadmissível" e revelou que 14 pessoas envolvidas no espancamento já foram identificadas pela inteligência da Secretaria de Defesa Social (SDS).
O caso ocorreu no sábado (27), quando o casal de empresários Johnny Andrade Barbosa e Claiton Zanatta, de Mato Grosso, sofreu agressões por um grupo de barraqueiros após questionar o valor de uma conta.
Raquel rejeitou o termo "incidente" e tratou a situação como um crime que deve ser punido com rigor.
A gestora aproveitou o espaço para enviar uma mensagem direta às vítimas e à população.
"Eu peço desculpas. Nossa praia é uma praia linda, nosso povo é um povo acolhedor", completou.
Segundo Raquel Lyra, um dos envolvidos já foi indiciado e os demais 13 suspeitos identificados seguirão os trâmites legais por lesão corporal e outros delitos apurados pelo delegado responsável.
Para evitar a repetição da violência,o governo agendou uma reunião para esta segunda-feira (29). O encontro envolve as polícias Militar e Civil, o Procon estadual e a Prefeitura de Ipojuca.
A ideia é criar regras claras de ordenamento para o comércio na orla, com foco no direito do consumidor e na postura dos barraqueiros. A governadora citou que buscará combater o "nível de assédio" e a intimidação na abordagem aos visitantes.
A confusão no sábado começou após um desacordo comercial. Segundo as vítimas, os barraqueiros cobraram R$ 80 pelo aluguel de cadeiras, valor superior aos R$ 50 combinados inicialmente, sob a justificativa de que os turistas não consumiram petiscos.
Ao se recusarem a pagar a diferença, Johnny e Claiton foram cercados e agredidos com cadeiras, socos e pontapés por cerca de 15 pessoas. Johnny afirmou que a motivação também pode ter sido homofóbica, já que eles formam um casal gay.
Além da violência, os empresários denunciaram a precariedade na estrutura de saúde local. Eles relataram que a unidade de Porto de Galinhas não dispunha de ambulância nem de aparelho de raio-X.
Os dois precisaram pagar um transporte por aplicativo para serem atendidos no hospital do centro de Ipojuca. Diante dos transtornos, as vítimas afirmaram que pretendem processar tanto a Prefeitura quanto o Governo do Estado.
Em nota, a Prefeitura de Ipojuca afirmou que trabalha para "um turismo responsável, seguro e organizado, e seguirá atuando de forma integrada para preservar Porto de Galinhas como um destino acolhedor para moradores, trabalhadores e visitantes". Veja nota na íntegra:
A Prefeitura do Ipojuca repudia e lamenta o episódio ocorrido em Porto de Galinhas, envolvendo turistas e trabalhadores da praia, que resultou em agressões físicas.
Trata-se de um fato grave e incompatível com os valores de respeito, acolhimento e hospitalidade que norteiam o destino. Os órgãos competentes já apuram o ocorrido para identificar os envolvidos e adotar as medidas legais cabíveis.
Desde o primeiro momento, houve atuação rápida das equipes de salva-vidas e da Guarda Municipal, garantindo a segurança no local e evitando o agravamento da situação.
A gestão municipal reforça que realiza um trabalho contínuo de ordenamento da orla e que, nos últimos meses, foram intensificadas ações integradas de fiscalização e organização turística, incluindo o recadastramento de ambulantes, reuniões com barraqueiros e a entrega de crachás de identificação com QR Code, iniciativa que será ampliada para todos os trabalhadores da orla
A Prefeitura reafirma seu compromisso com um turismo responsável, seguro e organizado, e seguirá atuando de forma integrada para preservar Porto de Galinhas como um destino acolhedor para moradores, trabalhadores e visitantes.
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