Ana Luiza Melo | Publicado em 23/09/2025, às 16h17
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comentou nesta terça-feira (23) o breve encontro que teve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a 80ª Assembleia Geral da ONU em Nova York. Segundo Trump, os dois se cruzaram rapidamente em um evento, mas o momento rendeu um aperto de mãos e a promessa de uma reunião mais detalhada na próxima semana.
“Eu estava entrando e o líder do Brasil estava saindo. Nós o vimos e eu o vi, ele me viu e nos abraçamos”, disse Trump. O presidente descreveu a conversa como curta, de cerca de 20 a 30 segundos, mas ressaltou ter sentido uma boa impressão do presidente brasileiro.
“Ele parecia um homem muito legal, na verdade. (…) Tivemos uma excelente química. É um bom sinal”, afirmou.
O comentarista da GloboNews, Guga Chacra, chamou atenção para o ineditismo do gesto:
“É importante frisar, o Trump nunca havia mencionado Lula. A gente sempre fala disso aqui e hoje ele mencionou o presidente do Brasil de forma positiva.”
Para Guga, o gesto, ainda que breve, representa um avanço diplomático:
“Foi a primeira vez que mudou de opinião em relação ao presidente brasileiro e disse que sentiu uma química entre ambos. (…) Não é que o secretário do Tesouro vai se encontrar com o Geraldo Alckmin ou que um senador americano vá se reunir com o chanceler Mauro Vieira. Foi o próprio Trump, que é quem manda em tudo aqui, falando que pretende se encontrar com Lula.”
De Brasília, a jornalista Andréa Sadi reforçou que a declaração terá exploração política imediata.
“O que importa aqui para o governo Lula neste momento é o corte. É o que eles vão fazer nas redes sociais, de forma bem-sucedida, com o Trump dizendo: ‘Tem uma ótima química’. Vai ser usado até em campanha, como o bolsonarismo também fez com várias falas de Trump sobre a família Bolsonaro”, afirmou.
Sadi apurou ainda a reação entre aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro:
“Os bolsonaristas aqui no Brasil estão vendo como um balde de água fria. (…) Politicamente foi uma derrota para o bolsonarismo hoje, porque o Trump não precisava ter feito um elogio público. Essa estratégia de dizer que só eles tinham interlocução com a Casa Branca ficou desarmada.”
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está vivendo nos Estados Unidos, enxergou a promessa de Trump como uma estratégia que mostraria a "genialidade" do presidente americano como negociador.
"Nada do que aconteceu foi surpresa. Ele fez exatamente o que sempre praticou: elevou a tensão, aplicou pressão e, em seguida, reposicionou-se com ainda mais força à mesa de negociações", publicou no X.
"Ontem mesmo, sancionou a esposa do maior violador de direitos humanos da história do Brasil, um recado claro e direto", disse Eduardo em referência à mulher de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
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