Abraço ao Hospital Agamenon Magalhães: ato destaca crise na rede materno-infantil de Pernambuco

Da redação | Publicado em 03/10/2024, às 13h44

O ato do Simepe ocorreu nesta terça-feira (01) - Foto: Divulgação
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O Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) e demais profissionais de saúde do Hospital Agamenon Magalhães (HAM) promoveram, nesta terça-feira (1º), às 19h, o ato simbólico "Abraço ao HAM", em protesto contra a alta demanda e as condições precárias enfrentadas pela maternidade da unidade.

O ato ocorreu na entrada principal do hospital, localizado na Zona Norte do Recife, com intuito de chamar a atenção da sociedade e das autoridades para a crise que atinge toda a rede materno-infantil do Estado.

Conforme reclamam os médicos, o HAM está sobrecarregado, operando com mais de 300% de sua capacidade, em consequência do fechamento de outras unidades que atendem gestantes de alto risco, sem que a Secretaria Estadual de Saúde (SES) implemente ações concretas para solucionar o problema.

“O abraço ao HAM foi um manifesto em favor desse equipamento, que é de alto risco. As médicas obstetras e neonatologistas demonstraram com garra e coragem a necessidade de acabar de vez com essa superlotação. É inadmissível trabalhar com tanta demanda e carga de trabalho. Precisamos de quadro eficiente, com a recomposição imediata de escalas de médicos obstetras, neonatologistas e médicos que trabalham com imagens de medicina fetal para ajudar no encaminhamento e nas resoluções dos casos”, afirmou a secretária-geral do Simepe, Cláudia Beatriz.

Segundo ela, é preciso ainda concurso público para o provimento do quadro de profissionais e abertura de novos leitos, visto que é inaceitável que mulheres estejam parindo em unidades superlotadas e sem acomodações adequadas.

Audiência Pública no MPPE

Na última sexta-feira (27), o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) realizou uma audiência com as entidades médicas de Pernambuco (Simepe e Cremepe), representantes da Secretaria Estadual de Saúde (SES), do Instituto Materno Infantil Fernando Figueira (IMIP), da Maternidade do Hospital Agamenon Magalhães (HAM), além de médicos plantonistas do HAM.

As promotoras da Saúde Helena Capela e Eleonora Marise acolheram as demandas das entidades médicas e deliberaram pela juntada dos procedimentos abertos, uma vez que versam sobre a Assistência em Maternidades de Alto Risco da Rede Estadual de Saúde.

Durante o encontro, as entidades médicas reafirmaram a preocupação com a assistência ao parto de alto risco, a necessidade de equipamentos em UTI e profissionais capacitados.

Segundo o sindicato da categoria, todo esse problema exige quadro de profissionais qualificados e em número suficiente. "Com isso, ficou clara a necessidade de deliberações quanto ao provimento dos profissionais — mediante concurso público para melhorar a rede materno-infantil; o chamamento imediato do cadastro reserva — em excepcionalidade o chamamento da seleção simplificada; além da otimização do perfil e a capacidade de cada serviço com objetivo de maior resolutividade".

Além disso, também foram tratados pontos como melhora dos ambientes de trabalho e salários atrativos para os profissionais de neonatologia; abertura dos leitos de neonatologia e obstetrícia de alto risco; abertura urgente do Hospital da Mulher do Agreste para desafogar as unidades que hoje se encontram superlotadas; implementação de melhorias em todos os serviços; e a implantação do serviço de ultrassom para a medicina fetal agilizar seus diagnósticos.

"O Simepe reforça a urgência de medidas com maior celeridade do Governo do Estado que garantam um atendimento digno às gestantes e recém-nascidos, através de melhores condições de trabalho para os profissionais da rede", declarou a entidade.

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