Cynara Maíra | Publicado em 30/11/2025, às 19h50
A vereadora do Recife Kari Santos (PT) denunciou ter se tornado alvo de ameaças de morte após realizar uma intervenção no plenário da Câmara Municipal.
Na última terça-feira (25), a parlamentar levou à tribuna uma gaiola com a foto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em referência à sua prisão preventiva decretada no fim de semana.
Segundo a petista, a publicação do vídeo da performance nas redes sociais desencadeou uma série de ataques virtuais. A gravação ultrapassou 1,2 milhão de visualizações e foi replicada por páginas ligadas à direita, o que ampliou o alcance do conteúdo para fora de Pernambuco.
"A postagem furou a bolha e chegou a eleitores da direita de outros estados... Recebi uma quantidade realmente significativa de ameaças de morte, algumas veladas, outras explícitas", afirmou Kari.
De acordo com a vereadora, mensagens anônimas chegaram a desejar que ela e seus familiares fossem "esfaqueados" ou "eliminados". Kari informou que reúne prints e links para registrar um boletim de ocorrência e acionar o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para identificar os autores.
Sobre as ameaças, o diretório estadual do PT divulgou nota de solidariedade à vereadora. A sigla classificou os ataques como reflexo da "política do ódio" e garantiu que as providências jurídicas estão sendo tomadas para enfrentar a intimidação.
Durante o discurso na tribuna, Kari Santos retirou um pano bege que cobria a gaiola e exibiu a foto de Bolsonaro com placas dizendo "Bolsonaro preso". A vereadora classificou o momento como um "grande dia" e proferiu xingamentos contra o ex-presidente, chamando-o de "vagabundo", "frouxo" e "cretino".
A vereadora associou o ato às mortes na pandemia. "Na verdade, foram vozes que ele ouviu das 700 mil vítimas da Covid-19, que falou: 'Vai lá, Bolsonaro, chegou a tua hora'", disparou a petista.
A prisão de Bolsonaro, mote do ato de Kari, ocorreu no sábado, 22 de novembro, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O magistrado citou riscos à ordem pública e indícios de tentativa de violação da tornozeleira eletrônica que o ex-presidente usava em prisão domiciliar desde agosto de 2025.