Clara Nilo | Publicado em 12/09/2025, às 11h59 - Atualizado às 13h04
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quinta-feira (11), que a megaoperação contra o Primeiro Comando da Capital (PCC), deflagrada em agosto, ainda deve revelar novos elementos envolvendo diferentes setores da economia. A ação mirou um esquema bilionário de lavagem de dinheiro por meio de gestores e fintechs ligados ao crime organizado.
Em entrevista ao Jornal da Band, Lula classificou a ofensiva como “a mais importante operação contra o crime organizado da história do país”. Segundo ele, o esquema criminoso já alcança áreas como o futebol, a política, o Judiciário e o sistema financeiro.
"Vai chegar na Faria Lima. Vai pegar algumas coisas que não apareceram, porque o nosso problema contra o crime organizado é saber que eles estão metidos em todas as esferas. Estão no futebol, na política, no Judiciário, nos bancos, nas empresas. Virou uma coisa multinacional”, afirmou o presidente.
As investigações revelaram que o PCC utilizava empresas e fintechs para movimentar recursos do tráfico e de fraudes no setor de combustíveis. Três operações simultâneas foram realizadas no dia 28 de agosto, desarticulando parte do esquema.
Após a ofensiva, a Receita Federal publicou uma instrução normativa equiparando fintechs a bancos para fins de fiscalização. Com a mudança, essas empresas passam a ter de informar transações acima de R$ 2 mil mensais feitas por pessoas físicas - antes, essa obrigação recaía apenas sobre instituições bancárias. A medida atende a uma demanda do governo de ampliar os mecanismos de combate a ilícitos financeiros.
Na mesma entrevista, Lula comentou o envio ao Congresso Nacional do projeto que isenta do Imposto de Renda pessoas que recebem até R$ 5 mil. O presidente negou impacto negativo nas contas públicas e criticou a reação do mercado financeiro à proposta.
“Esse país não tem débito fiscal. O que acontece é que os banqueiros ficam nervosos quando a gente anuncia benefício para o pobre. Todo mundo acha: ‘para que dar para o pobre? Investe no sistema financeiro’. A Faria Lima está precisando”, disse ele.
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