Líder de Raquel Lyra sobre comissões: 'Violência política de gênero e machismo estrutural'

A líder do Governo na Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputada estadual Socorro Pimentel (UB), foi à tribuna, nesta segunda-feira (17), para denunciar a forma como articulada a composição das três principais comissões da Casa Legislativa, no que está sendo visto, nos bastidores, como a maior derrota política até agora da gestão da governadora Raquel Lyra (PSDB).

Socorro Pimentel, que assumiu recentemente a liderança, disse que foi excluída por supostas manobras partidárias do União Brasil, que acabou não indicando a parlamentar para nenhuma das principais comissões.

"Aos meus colegas do União Brasil, expresso o meu sentimento de indignação. Sequer fui consultada", disse Socorro.

Após idas e vindas, o deputado estadual Romero Albuquerque (UB) apoiou a oposição e Socorro foi excluída.

Socorro disse que era um caso de violência política de gênero.

"Estamos diante de uma manifestação clara de violência política de gênero. Foi o que aconteceu comigo nestes últimos dias. Machismo estrutural", disse a líder de Raquel Lyra, na tribuna.

As falas da nova líder evocam falas da própria governadora, após vazar no microfone fala do presidente da Assembleia, Álvaro Porto (PSDB), em fevereiro de 2024.

Na ocasião, Raquel também se disse vítima de "violência política de gênero" e "machismo estrutural".

Em 2024, GOVERNADORA ALEGOU VIOLÊNCIA POLÍTICA DE GÊNERO

A governadora de Pernambuco Raquel Lyra (PSDB) denunciou ter sido alvo de violência política por ser mulher, após discurso dela na abertura do ano legislativo de 2024.

“Não entendi nada. Conversou merda demais e não disse nada”, disse Álvaro Porto (PSDB), na ocasião, aparentemente sem perceber que o microfone estava ligado.

Após tomar conhecimento do áudio, a governadora disse que o ato foi uma violência política.

"É algo lamentável a ser dito pelo presidente de um Poder. É um ato de violência política o que se passou, às vezes é em gestos, em atitudes, em ações e hoje foi em voz. Lamento porque isso não está à altura do que Pernambuco representa, um diálogo fora de propósito, e revela o que uma mulher sofre nos espaços de poder.", declarou Raquel, na época, conforme registrou o site Jamildo.com.

Depois que o site Jamildo.com registrou a fala, a deputada divulgou uma nota para afirmar que estava criticando o próprio partido. Como já havíamos informado.

"NOTA DE ESCLARECIMENTO

Durante pronunciamento no plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco, nesta segunda, destaquei o machismo estrutural e a violência de gênero que afetam nossa sociedade, e, em especial, a forma como esses elementos se manifestam dentro da política.

É importante esclarecer que, ao fazer esse apontamento, me referi diretamente à bancada do União Brasil, que, ao me retirar das principais comissões temáticas da Casa, me excluiu do processo legislativo, impedindo a minha plena atuação, especialmente sendo a única mulher da bancada.

Essa atitude não apenas reforça a desigualdade de gênero, mas também enfraquece a representatividade feminina nas esferas de decisão. Lutar pela inclusão da mulher em todos os espaços de poder é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Reafirmo meu compromisso com a luta por mais equidade, pela ampliação da participação das mulheres na política e pela criação de condições que garantam uma representação verdadeiramente plural e democrática.

Socorro Pimentel, Deputada Estadual"