Jamildo Melo | Publicado em 01/10/2024, às 14h02
A candidata do PSB em São Paulo, Tabata Amaral, conhecida também por ser companheira do prefeito João Campos, virou alvo dos adversários na capital paulista e no Recife, nesta reta final de eleições.
O objetivo duplo parece ser, ao mesmo tempo, tomar votos da socialista em São Paulo, no caso de Pablo Marçal (PRTB), e tentar desgastar e descredibilizar a imagem do prefeito João Campos, entre os conservadores da capital pernambucana, no caso de Gilson Machado, do PL.
Oficialmente, os dois candidatos conservadores não tem uma aliança, uma vez que, em São Paulo, o PL de Bolsonaro não está no palanque de Marçal. Os bolsonaristas estão divididos em São Paulo entre ele e Ricardo Nunes, do MDB.
Para entender o ataque à Tabata é preciso recuar um pouco e lembrar a divulgação de um vídeo da campanha dela contra Marçal, acusando-0 de ligação com o PCC, em São Paulo. O vídeo tinha uma estética própria, com fundo preto na tela e a própria candidata colocava a cara à tapa, mostrando uma série de cartas com fotos dos supostos amigos do PCC de Marçal. Pois bem.
Nesta terça-feira, dia de debates no Recife, Gilson Machado, do PL, compartilhou um vídeo do Instagram, onde um ator paulista associa o nome de João Campos à polêmica das creches, com o nome de Tabata, que criticou a suposta máfia das creches em São Paulo. O ator diz que, entre figurinhas marcadas, Machado era a melhor opção dos conservadores.
Na véspera, Marçal já havia acusado Tabata de ter roubado João Campos da noiva, tentando colocar o socialista na condição de infiel. João Campos não respondeu ao ex-coach, para não dar palanque ao adversário.
Em ambos os casos, o alvo do PRTB e PL são os eleitores conservadores. Para que o candidato socialista tenha quase 80% dos votos, ele já roubou votos à direita e muitos. É essa mangueira que Machado tenta balançar para colher eventuais frutos eleitoreiros.
Na Paraná Pesquisa desta terça-feira, Tabata aparece em quarto lugar, com 8,9% dos votos, virando alvo de tentativas de voto útil como esta de Marçal, para eventualmente ir ao segundo turno com Boulos. Ricardo Nunes lidera com 27%, logo atrás aparece Boulos, com 25% e em terceiro surge Marçal, com 22,5%. Datena tem 6%.
Marçal lidera a rejeição em São Paulo, com 39,3%. Boulos vem em segundo, com 30,3%. Datena tem 21,8% de rejeição.
No Recife, com a larga vantagem conquistada, é pouco provável que o expediente surta efeito, mas cabe à Oposição tentar até a última hora. No caso de Gilson Machado, o curioso é que a Justiça Eleitoral já havia suspenso seu guia eleitoral por não aprovar a forma como abordou o tema das creches. Não se sabe se o PSB vai judicializar a terceirização da crítica com o uso do ator paulista nas redes.
De acordo com a Real Time Big Data, divulgada nesta terça-feira (01), o candidato à reeleição cresceu nas pesquisas.
O PSB até comemorou que o gestor segue consolidado como prefeiturável "que dispõe da maior vantagem já registrada em pleitos eleitorais na capital pernambucana".
Com 78% dos votos registrados, João está 68 pontos na frente do segundo colocado, Gilson Machado (PL). Ele aparece com 10%.
Na amostra anterior, feita em 9 de setembro, o prefeito João Campos aparecia com 75% das intenções de voto.
Na sequência, o ex-secretário do Turismo, Daniel Coelho (PSD), tem 4%, a deputada estadual Dani Portela (PSOL) conta com 1%, Tecio Teles (Novo) tem 0%, Simone Fontana (PSTU) tem 0%, Victor Assis (PCO) tem 0% e Ludmila Puttes (UP) está com 0%.
O índice dos que não sabem ou não responderam chegou a 4%, e o dos que pretendem votar em branco, nulo ou em ninguém, a 3%. A pesquisa foi registrada no número 06893/2024, realizada entre 27 e 28 de setembro, sendo 1 mil pessoas entrevistadas.
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