Casa de Capiba é invadida mesmo após Governo do Estado contratar vigilância armada

Jamildo Melo | Publicado em 30/07/2024, às 08h06

Secretaria de Educação cobra explicações para falta de reação à invasão - Internet
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Sem alarde, o Governo do Estado foi surpreendido com a invasão do imóvel "Casa de Capiba", na Rua Barão de Itamaracá, no bairro do Espinheiro. A surpresa decorreu do governo ter um contrato de vigilância armada desde 2022 para o imóvel, que está sob propriedade da Secretaria Estadual de Educação.

A secretaria notificou a empresa de vigilância cobrando explicações.

"O imóvel Casa Capiba foi ocupado por invasores e o vigilante não estava armado, no entanto, o objeto do contrato é claro, Vigilância Armada. Por que o vigilante estava desarmado?", pede o Governo do Estado em carta para a empresa privada responsável.

Segundo a secretaria, o Estado paga por um vigilante armado, mas, no dia da invasão, o vigilante fornecido pela empresa estaria supostamente desarmado.

"Precisamos de uma resposta imediata sobre a negligência e descumprimento do contrato 272/202", cobra a Secretaria Estadual de Educação.

A comunicação foi enviada para a empresa privada em 22 de julho.

"Sendo assim, fica a empresa convocada para emitir pronunciamento formal e comprovar de forma documental, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a partir do recebimento dessa notificação, sob pena de abertura de processo administrativo e possível aplicação das sanções cabíveis", exige a secretaria.

A empresa ainda não respondeu, segundo fontes no Governo.

A preocupação não é apenas sobre a casa de Capiba. O Governo do Estado também pediu mais 3 postos de vigilância armada no Colégio Americano Batista. O espaço foi desapropriado pela governadora Raquel Lyra (PSDB) no início de 2023. Até agora o espaço não teve uma destinação pública, segundo denúncias de deputados de oposição. O Blog do Jamildo revelou que o Estado já pagou R$ 80 milhões pela desapropriação de parte do terreno do Colégio Americano Batista.

CASA DE CAPIBA

O então governador Paulo Câmara publicou em 2017 um decreto de desapropriação da casa onde morou o músico pernambucano Capiba, um dos mais conhecidos compositores de frevos do Brasil, que morreu em 1997. O imóvel fica localizado no número 369 da Rua Barão de Itamaracá, na Zona Norte do Recife.

Segundo o governo, o decreto “destina-se à preservação e conservação da Casa de Capiba, a fim de manter a memória artística de Pernambuco”.

Lourenço da Fonseca Barbosa, conhecido como Capiba, nasceu em Surubim. O artista compôs mais de 200 canções. Capiba morreu em 31 de dezembro de 1997.

Fica aberto o espaço, ao Governo do Estado, caso queira acrescentar informações.

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