Após críticas, Governo paralisa inscrições do Concurso Público Unificado por ausência de cotas

Plantão Jamildo.com | Publicado em 11/10/2025, às 09h53

Governadora Raquel Lyra - Hesíodo Góes/Secom
COMPARTILHE:

Ler resumo da notícia

O Governo de Pernambuco suspendeu temporariamente as inscrições do Concurso Público Unificado (CPU-PE), um dia após a publicação do edital. A decisão foi tomada após críticas de entidades e movimentos sociais pela ausência de cotas raciais no certame, que prevê 4.460 vagas para cargos de níveis médio e superior.

Em nota, a administração estadual informou que enviou à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) um Projeto de Lei que estabelece a reserva de 30% das vagas em concursos públicos e seleções simplificadas para pessoas pretas, pardas, indígenas e quilombolas. O texto propõe que 25% das vagas sejam destinadas a candidatos pretos e pardos, 3% a indígenas e 2% a quilombolas.

Estamos encaminhando esse Projeto de Lei para a Assembleia Legislativa que vai garantir cotas raciais em concursos públicos e, com isso, mais inclusão. Contamos com o apoio da Assembleia para tramitar o texto com a maior urgência possível, a fim de que possamos, no mesmo edital, retomar a inclusão das cotas raciais e realizar o concurso ainda durante o mês de dezembro”, afirmou a governadora Raquel Lyra (PSD).

Segundo o governo, a suspensão tem como objetivo adequar o edital às novas diretrizes que serão fixadas pelo projeto de lei, em conformidade com os princípios de isonomia e inclusão social. Ainda de acordo com a gestão, os candidatos já inscritos não serão prejudicados e terão sua participação garantida quando as inscrições forem reabertas.

Projeto de Lei sobre cotas raciais

A proposta enviada à Alepe altera a Lei nº 18.202, de 2023, que instituiu o Estatuto da Igualdade Racial de Pernambuco. O texto busca garantir a reserva de vagas para grupos historicamente excluídos em concursos e processos seletivos do Poder Executivo estadual.

Para a secretária de Administração, Ana Maraíza, a medida amplia o alcance das políticas de inclusão e diversidade no serviço público. “O objetivo é que o PL incremente a inserção de pessoas pretas e pardas, indígenas e quilombolas no Poder Executivo Estadual, contribuindo para uma administração mais representativa”, afirmou.

O artigo 39 do Estatuto da Igualdade Racial já determina que é dever do poder público promover ações que assegurem a igualdade de oportunidades no mercado de trabalho, inclusive nas contratações do setor público.

O concurso

O CPU-PE foi anunciado em agosto e teve o edital publicado dois meses depois. Organizado pela Fundação Carlos Chagas (FCC), o concurso prevê vagas para diversos órgãos do Executivo estadual, com salários de até R$ 11,3 mil.

As provas estavam previstas para dezembro, em dez cidades do estado: Afogados da Ingazeira, Araripina, Arcoverde, Carpina, Caruaru, Floresta, Palmares, Petrolina, Recife e Salgueiro.

De acordo com o governo, uma nova data para as inscrições e para as provas será divulgada após a tramitação do projeto na Alepe e a inclusão das cotas no edital.

Raquel Lyra governo de pernambuco concurso público

Leia também

TCE determina que Raquel Lyra nomeie mais 531 professores do concurso de 2022


Paulista publica edital de concurso para Guarda Municipal e Agente de Trânsito na cidade


Concurso Unificado Pernambuco 2025: veja principais vagas, cidades e datas das provas