Plantão Jamildo.com | Publicado em 12/11/2025, às 16h00
Preços internacionais do café registraram forte queda nesta quarta-feira (12), após o governo dos Estados Unidos sinalizar disposição para reduzir tarifas de importação sobre o produto. A medida pode aliviar a escassez de oferta no maior mercado consumidor de café do mundo.
O café arábica recuava 4,9%, cotado a US$ 3,79 por libra-peso, enquanto o robusta caía cerca de 5%, negociado a US$ 4.384 por tonelada métrica, por volta das 13h (horário de Brasília).
O secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, afirmou que o país deve anunciar “medidas substanciais” nos próximos dias para reduzir preços de itens não cultivados nos EUA, como café e bananas. As declarações ocorreram após o presidente Donald Trump afirmar, na terça-feira (11), que pretende revisar tarifas aplicadas às importações do grão.
Negociadores indicam que o Vietnã, principal exportador de café robusta, deve ser o país mais beneficiado pelas mudanças. O governo vietnamita informou que negocia um novo acordo comercial com Washington. O vice-primeiro-ministro Bui Thanh Son confirmou que uma rodada de conversas está em andamento nos Estados Unidos.
O mercado também acompanha uma decisão da Suprema Corte norte-americana sobre o uso de poderes emergenciais por Trump para impor tarifas amplas a produtos importados.
No Brasil, o preço do café ao consumidor apresentou queda pelo quarto mês seguido em outubro, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta terça-feira pelo IBGE. No mês, houve redução de 0,31%, após recuo de 0,06% em setembro.
Nos últimos quatro meses, o produto acumula retração de 3,52%, ainda insuficiente para compensar as altas registradas em 2024, quando problemas climáticos afetaram grandes produtores.
“O café está em queda há quatro meses, mas as reduções ainda não compensam as altas do último ano. O consumidor pode estar substituindo o produto ou reduzindo o consumo, o que também pressiona os preços”, afirmou Fernando Gonçalves, gerente do IBGE.
Ele destacou que há expectativa em torno de uma possível revisão das tarifas impostas pelos Estados Unidos. “Como se trata de uma commodity, as expectativas influenciam os preços. Além disso, as floradas para o próximo ano parecem boas, o que anima o mercado”, completou.
O café brasileiro foi incluído na lista de produtos sujeitos a sobretaxa para entrada nos EUA. Desde agosto, o grão é taxado em 50%, o que elevou as cotações em Nova York diante do temor de escassez.
No Brasil, o preço acumulou alta de 82% nos 12 meses encerrados em maio, mas atualmente a variação é de 37,88% no ano e 48,13% em 12 meses, segundo dados do IBGE.
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