Plantão Jamildo.com | Publicado em 23/09/2025, às 16h37
O Ministério de Minas e Energia anunciou, nesta terça-feira (23), a renovação antecipada do contrato de concessão da Neoenergia Pernambuco por mais 30 anos. A prorrogação foi publicada no Diário Oficial da União e estende a prestação de serviços de distribuição de energia elétrica até 30 de março de 2060.
A distribuidora é a primeira do país a ter o contrato renovado de forma antecipada. Segundo o governo federal, a decisão foi condicionada ao cumprimento de regras mais rigorosas de qualidade, com foco em indicadores de satisfação do usuário, metas para recomposição do serviço em situações climáticas extremas e padrão único de atendimento em todo o estado.
A governadora Raquel Lyra (PSD) destacou a importância da medida: “Com essa renovação de concessões e os programas de acesso à energia, conseguimos promover desenvolvimento econômico, geração de empregos e inclusão social em todas as regiões do estado”, afirmou.
Com o novo contrato, estão previstos investimentos superiores a R$ 6,1 bilhões até 2029, fiscalizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O valor representa um crescimento de 50% em relação aos R$ 4,1 bilhões aplicados nos últimos cinco anos.
Os recursos serão aplicados da seguinte forma: R$ 1,6 bilhão em 2026, R$ 1,3 bilhão em 2027, R$ 1,2 bilhão em 2028 e R$ 1,2 bilhão em 2029. A divisão contempla quase R$ 3 bilhões em novas ligações e expansão da rede, R$ 1,7 bilhão em digitalização e modernização, cerca de R$ 1 bilhão em melhorias de qualidade e resiliência e R$ 600 milhões para combate a perdas.
De acordo com o diretor-presidente da Neoenergia Pernambuco, Saulo Cabral, a antecipação do contrato foi necessária para viabilizar aportes de longo prazo. “A condição imposta pelo governo federal foi para anteciparmos a renovação, mas seguirmos regras novas e mais exigentes. O objetivo foi justamente permitir a antecipação dos investimentos”, disse.
Entre os projetos em destaque está o enterramento de cabos elétricos no Bairro do Recife, com investimento superior a R$ 300 milhões. A primeira fase prevê 43 quilômetros de cabos subterrâneos em áreas como o Marco Zero, Cais da Alfândega e Praça do Arsenal.
Outro compromisso é o projeto Noronha Verde, que prevê aporte de R$ 350 milhões até 2027 para substituir a matriz a diesel por energia solar associada a baterias. A previsão é que Fernando de Noronha se torne a primeira ilha oceânica habitada da América Latina a alcançar a descarbonização completa.
Segundo Saulo Cabral, a concessionária também irá reforçar ações de inclusão social. Atualmente, cerca de 1,2 milhão de famílias estão cadastradas na Tarifa Social. “Fazemos busca ativa para ampliar a inclusão. Com a MP 1.300, os clientes da tarifa social que consomem até 80 kWh têm a conta zerada, e os que consomem até 120 kWh não pagam conta de energia”, destacou.
A Neoenergia assumiu a concessão em 2000, após o processo de privatização da antiga Companhia Energética de Pernambuco (Celpe). Desde então, afirma ter investido cerca de R$ 20 bilhões em modernização e expansão da rede elétrica, com a construção de 54 novas subestações e mais de 77 mil quilômetros de linhas de transmissão e distribuição.
Nos últimos anos, a empresa registrou redução nos indicadores de interrupção do fornecimento. Desde 2015, o tempo médio caiu 43% e a frequência das ocorrências, 42%. Em 2024, a média registrada foi de 4,5 interrupções por cliente ao longo do ano.
A cerimônia de anúncio contou com ainda com a presença do senador Fernando Dueire.
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