Plantão Jamildo.com | Publicado em 10/10/2025, às 13h13
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), anunciaram nesta quinta-feira (9) um pacote de R$ 611,7 milhões em investimentos na indústria naval e na infraestrutura portuária da Bahia. O anúncio ocorreu no Estaleiro Enseada, em Maragogipe (BA), com a presença do governador Jerônimo Rodrigues, ministros, parlamentares, representantes da Petrobras, da Caixa Econômica Federal, além de lideranças empresariais e sindicais.
Do montante, R$ 550,5 milhões serão aplicados na construção de 80 novas embarcações, via recursos do Fundo da Marinha Mercante (FMM) vinculados ao Ministério de Portos e Aeroportos. Outros R$ 61,2 milhões serão destinados a obras em portos públicos nos municípios de Salvador, Aratu-Candeias e Ilhéus.
O Estaleiro Enseada, que esteve inativo por cerca de dez anos, funciona agora com apoio dos recursos do FMM. Segundo Lula, a reativação representa uma nova fase para o setor naval e para retomada da geração de empregos.
“Estou aqui para recuperar a indústria naval brasileira. […] Isso significa devolver empregos, oportunidades e esperança ao povo trabalhador”, afirmou o presidente.
O ministro Silvio Costa Filho disse que os projetos fazem parte de uma agenda nacional de modernização logística e emprego.
“A retomada da indústria naval é fundamental para gerar empregos, fortalecer nossa logística e ampliar a presença do Brasil no comércio marítimo. O que estamos fazendo na Bahia mostra que o estado volta a ser protagonista da construção naval e do desenvolvimento regional”, declarou.
O diretor-presidente do Estaleiro Enseada, Ricardo Ricardi, afirmou que os recursos do FMM foram fundamentais para viabilizar tanto a revitalização das instalações quanto a produção de novas embarcações.
“São esses investimentos que garantem a viabilidade dos projetos e a continuidade do trabalho”, disse.
Além das novas embarcações, o Ministério de Portos e Aeroportos desenvolve três obras estruturantes nos portos baianos: o reparo do cais comercial do Porto de Salvador (R$ 117,7 milhões, com 55% executado), reforma da pavimentação da retroárea (R$ 17,9 milhões, com 85% concluído) e a dragagem de aprofundamento do Porto de Ilhéus (R$ 106 milhões em fase preparatória).
O ministério também prepara concessões e parcerias: o leilão do Canal e Áreas Livres da Codeba, que engloba os portos de Salvador, Aratu-Candeias e Ilhéus, prevê R$ 1,7 bilhão em investimentos privados. Terminais como SSD04 (Salvador) e ILH01 (Ilhéus) fazem parte da agenda de licitações futuras.
No campo industrial, Lula e o ministro participaram da inauguração da primeira fábrica da montadora BYD no Brasil, em Camaçari (BA). Com área superior a 4,6 milhões de metros quadrados, o empreendimento teve investimento de R$ 5,5 bilhões. A unidade tem capacidade inicial para produzir 150 mil veículos por ano, podendo dobrar essa produção em etapa futura.
Em outubro, foi anunciada a contratação de 350 trabalhadores, estimando-se que o número total de empregados alcance 1.800 em breve, com previsão de subir para 2.000. Durante a cerimônia, Lula afirmou que a produção pode ultrapassar 300 mil veículos no Brasil e alcançar mercados globais.
“A BYD anunciou que seriam produzidos 300 mil carros no primeiro momento, mas agora já sabemos que serão 600 mil, e nós queremos que, daqui do Brasil, a gente comece a vender carros para o mundo inteiro”, declarou o presidente.
O ministro Silvio Costa Filho relacionou a implantação da montadora ao fortalecimento de modais logísticos, como portos e aeroportos, dizendo que o investimento “dialoga com outros modais, como os portos e aeroportos do estado” e beneficia o país. O vice-presidente Geraldo Alckmin também comentou que o empreendimento representa novo impulso para indústria nacional.
“Essa é uma tecnologia que conversa com a sustentabilidade, com o momento de reindustrialização do país e com o desenvolvimento econômico e social”, observou.
Com o litoral estratégico da Bahia e sua estrutura portuária, o estado cumpre papel central no escoamento de cargas do Nordeste e na integração comercial com a Europa e o Mercosul.
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