Compesa vai precisar dos empregados, diz chefe da Casa Civil

Jamildo Melo | Publicado em 18/12/2025, às 06h29 - Atualizado às 08h11

Raquel Lyra, em Caruaru, em uma obra da Compesa. Chefe do Executivo viajou a São Paulo para bater o martelo do leilão - Janaina Pepeu/Divulgação
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O secretário da Casa Civil do governo Raquel Lyra, Túlio Vilaça, defendeu que não haverá demissões após o leilão parcial da Compesa, a ser realizado nesta quinta-feira, na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro.

"A empresa vai precisar de mais empregados ainda (para cuidar agora da área de produção de água prioritariamente)", afirmou, na semana passada, em conversa com o site Jamildo.com, às vésperas do leilão. "Vamos ter que combater perdas e ampliar o tratamento de água, vamos necessitar de mais dedicação a esta parte, os funcionários terão que ser aproveitados".

Com a mensagem tranquilizadora, Túlio Vilaça diz que não haverá de modo algum demissões, por que todos os funcionários serão plenamente aproveitados, mesmo aqueles que estão hoje nas atividades que ficarão atribuídas aos novos concessionários (distribuição de água e coleta e tratamento de esgoto) serão plenamente aproveitados nas atividades que continuam a cargo da Compesa, que são a produção e tratamento da água.

Na visão do governo, a empresa terá mais foco e especialidade nesses dois eixos de negócio e serviço e todos os funcionários serão necessários à execução do novo modelo.

Um dos projetos que devem ser priorizados, nesta nova fase da Compesa voltada para a produção de água, será a barragem de Serro Azul. No terceiro ano de mandato, o atual governo diz que não conseguiu entregar a obra porque existem trechos interrompidos, sem sistema de adutoras, obrigando a retrabalho, em áreas de difícil perfuração no caminho até Palmares.

Na conversa com a reportagem, o auxiliar de Raquel revelou que a governadora vai pedir a antecipação dos investimentos no dia seguinte ao leilão.

"A ideia é ter ações concretas nas cidades já em 2026", observou. Raquel viajou a São Paulo para participar do leilão na Bolsa de Valores, nesta quinta.

Túlio Vilaça também manifestou despreocupação com eventuais embargos ao processo.

"Nos submetemos todo o processo a uma avaliação antecipada ao TCE (Tribunal de Contas do Estado). Houve um longo escrutínio, nas mãos do conselheiro Dirceu Rodolfo, o que só fortaleceu o processo". explicou. "Além disto tudo, tivemos a chance de fazermos este leilão por último, de modo que pudemos acompanhar e aperfeiçoar o edital. O leilão está de pé e será competitivo. Será o leilão do ano no Brasil", disse acreditar.

O deputado federal Pedro Campos, funcionário de carreira da Compesa, entrou com um pedido de cautelar para interromper o processo, adiando o leilão, mas não há notícia de decisão favorável até agora.

"A população clama por uma solução para o problema da água, é a política que não quer o leilão", critica, de forma indireta e diplomática.

Um dos pontos chaves que o governo do Estado acredita ter acertado, como vantagem no processo, foi a inclusão da tarifa social como lei no Estado. Nos leilões anteriores, havia dúvida se o subsídio entrava ou não na tarifa. Com a assunção pelo Estado, a situação vista como uma fragilidade pelas empresas foi afastada.

Na semana passada, quatro grupos se apresentaram para participar do leilão, com direito a gigantes do saneamento no meio. Nestas visitas ao Estado, as empresas receberam o detalhamento das instalações que serão repassadas com a venda. Nas apresentações, entrou também na contabilidade o que ainda não esta em operação, incompleto, mas que representa investimentos públicos a serem considerados.

A concessão parcial da área de distribuição será feita em dois blocos. O maior deles engloba a Região Metropolitana do Recife e o Agreste. O segundo, menos, junta a cidade de Petrolina e mais 24 cidades no Sertão.

Serro Azul e sua importância

A Barragem de Serro Azul, localizada em Palmares, na Mata Sul de Pernambuco, começou a ser construída após as enchentes devastadoras de 2010 e 2011, com o objetivo principal de conter cheias do rio Una e proteger municípios historicamente atingidos por inundações.

Ela é a maior barragem de contenção do Estado, com capacidade para cerca de 300 milhões de metros cúbicos de água, atuando como obra estruturadora de segurança hídrica e prevenção de desastres.

Além de reduzir drasticamente o risco de novas tragédias humanas e econômicas na região, a barragem também permite melhor planejamento urbano e estímulo ao desenvolvimento local.

Serro Azul é considerada uma das obras mais estratégicas de Pernambuco para proteção de vidas e garantia de resiliência climática no ciclo de chuvas intensas.

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