Com ajuda do Minha Casa Minha Vida e iniciativa privada, João Campos espera dar vida nova ao coração do Recife

Jamildo Melo | Publicado em 16/09/2025, às 10h54 - Atualizado às 12h01

O incentivo vale para imóveis no bairro do Recife, área histórica, São José, Santo Antônio e Boa Vista - Jamildo.com
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O prefeito do Recife, João Campos, está lançando mão de um instrumento ousado e inédito para gerar novas moradias no centro histórico do Recife e arredores.

A PCR enviou aos vereadores do Recife um projeto de lei que vai incentivar o uso de retrofit de prédios antigos e abandonados para habitação.

A grande jogada é engajar o mercado imobiliário na iniciativa, de resto uma promessa feita em reunião do com o Sinduscon e Ademi. Uma construtora que apostar em um retrofit para habitação no Centro do Recife ganhará o direito de ampliar o potencial construtivo em Boa Viagem, por exemplo.

"Vai ser uma revolução para o centro. O modelo é atrativo para mercado imobiliário e para a cidade. Em Boa Viagem, o coeficiente de potencial construtivo é de 3 e pode ir até 5. Cada metro quadrado acima de 3 terá que ter um crédito de retrofit para habitação. Vamos colocar a faca e o queijo na mão de quem investir no centro", explica Felipe Matos.

O incentivo vai valer para imóveis no bairro do Recife e sua área histórica, além de São José, Santo Antônio e Boa Vista.

O secretário de Desenvolvimento Urbano e Licenciamento da PCR, Felipe Matos, explica que haverá incentivo para casas populares e para classe média.

Ele revelou ao site Jamildo.com que a PCR recebeu demanda para abrir os mesmos incentivos para comércio ou economia criativa, mas não aceitou. Já que o objetivo principal é atrair moradias para o centro.

O Recife se inspirou em uma iniciativa bem sucedida feita no Rio de Janeiro, iniciada em 2017 e que levou a um boom imobiliário. A diferença é que por aqui só vale para prédios já existentes, não para prédios novos.

"Não faria sentido incentivar prédios novos, para ficarem vazios. O sentido é trazer gente para o centro", explicou Matos.

A PCR calcula que será possível gerar 2 mil unidades habitacionais a médio prazo, considerando os 100 mil metros quadrados de imóveis ociosos.

Com o incentivo que está sendo dado, João Campos espera corrigir um desequilíbrio histórico na conquista do Minha Casa Minha Vida. De quebra, ainda ajuda o governo Lula.

Um estudo feito por sua equipe aponta que, entre 2009 e 2024, foram menos de 10 mil unidades criadas, na capital pernambucana. Em comparação, a Região Metropolitana do Recife teve mais de 100 mil unidades produzidas.

O Recife foi prejudicado principalmente por conta das restrições urbanísticas de novos espaços. Com o retrofit socialista, o entrave é retirado.

A gestão acredita que a iniciativa vai gerar uma virada histórica. Considerando que, usualmente, em especial as moradias populares, foram construídas e áreas periféricas e sem saneamento ou transporte. No centro, já há transporte público, saneamento e infraestrutura.

Os eventuais investidores ainda poderão contar com financiamento da Caixa, que lançou um programa para prédios já existentes. Não apenas com o terreno limpo.

Tudo considerado, será difícil ficar contra uma proposta que combate o déficit habitacional e ao mesmo tempo revitaliza a área histórica.

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