Antifeminismo domina as redes e buscas por igualdade despencam 43% no Brasil

Jamildo Melo | Publicado em 12/03/2025, às 14h39 - Atualizado às 14h56

Estudo revela que 25% das mensagens acreditam que o feminismo oferece vantagens injustas, como cotas de igualdade, interpretadas como “tratamento preferencial”. - LLYC/Divulgação
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De acordo com um estudo da LLYC, compartilhado com o site Jamildo.com, as consultas na internet sobre “igualdade” e “feminismo” caíram 43% no Brasil nos últimos três anos.

No X, o diálogo estagnou e a polarização aumentou, com 56% das mensagens sobre feminismo sendo antifeministas, e 44% pertencendo à comunidade feminista.

Principais conclusões do relatório “SEM FILTRO”

Polarização no Debate: A pesquisa revela que a polarização sobre igualdade de gênero nas redes sociais é crescente, especialmente no X, onde 56% das mensagens são antifeministas.

Carga Política: 98% dos perfis anti-igualdade são radicalizados e têm uma forte carga política, dificultando o diálogo.

Dispersão no Brasil: A comunidade feminista brasileira é 13% mais dispersa que a média global, indicando um debate mais plural.

Associação Ideológica: No Brasil, 37% das mensagens associam o feminismo a um movimento ideológico e partidário, politizando o debate sobre igualdade.

Análise comparativa

O estudo analisou 8,5 milhões de mensagens no X em 12 países da América Latina, Europa e EUA, usando técnicas avançadas de Aprendizagem Automática (Machine Learning), clustering e processamento de linguagem natural.

Características do discurso antifeminista

Homogeneidade: Em países como Chile, Espanha e EUA, mais de 75% dos discursos antifeministas provêm de comunidades altamente homogêneas.

Ataques nas Redes Sociais: Grande parte do discurso antifeminista baseia-se em deslegitimação, utilizando ataques e estereótipos para desacreditar o movimento feminista.

Influência dos céticos e juventude

Radicalização dos Céticos: 98% dos perfis antifeministas estão radicalizados, e aqueles que têm dúvidas têm mais probabilidade de cair em discursos extremistas.

Influência nos Jovens: A radicalização do discurso antifeminista pode estar influenciando homens jovens a adotar posturas muito conservadoras.

Visões tradicionais e redes sociais

Família e Valores Tradicionais: 17% da comunidade anti-igualdade vê o feminismo como uma ameaça aos valores tradicionais.

Amplificação da Polarização: Plataformas como X e Instagram amplificam a polarização de gênero, favorecendo a propagação de discursos machistas.

Desigualdade ideológica e figuras públicas

Desigualdade de Gênero: Em países como Alemanha e Reino Unido, a desigualdade ideológica de gênero supera 25 pontos.

Influência de Figuras Públicas: A presença de figuras públicas no debate feminista intensifica a polarização social.

Percepções errôneas sobre Feminismo

Tratamento Preferencial: O estudo revela que 25% das mensagens acreditam que o feminismo oferece vantagens injustas, como cotas de igualdade, interpretadas como “tratamento preferencial”.

A pesquisa da LLYC mostra como a polarização e os ataques nas redes sociais estão impactando o debate sobre igualdade de gênero no Brasil e no mundo, reforçando a necessidade de um diálogo mais diverso e equilibrado.

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