O ex-prefeito João Paulo usa Frente Parlamentar e visita às áreas críticas do Rio Tejipió para desconstruir projeto de urbanização do Promorar
por Jamildo Melo
Publicado em 20/03/2025, às 09h03 - Atualizado às 09h38
Mais um lance que pode ser atribuído ao calendário das eleições de 2026. No mesmo dia em que vereadores aliados do prefeito João Campos realizam audiência na Câmara do Recife questionando a concessão da Compesa, o deputado João Paulo (PT), hoje aliado de Raquel Lyra contra João Campos, lidera uma visita técnica ao bairro de Coqueiral para avaliar problemas socioambientais.
A chamada Frente Parlamentar do Rio Tejipió, presidida pelo deputado estadual João Paulo (PT), vai realizar, nesta quinta-feira (20), das 15h30 às 17h30, uma visita técnica ao bairro de Coqueiral, na Zona Oeste do Recife.
Oficialmente, o objetivo é verificar in loco a situação crítica enfrentada por moradores devido a problemas ambientais históricos, agravados pelas fortes chuvas de maio de 2022.
As chuvas de maio de 2022 deixaram 133 vítimas fatais na Região Metropolitana do Recife.
Depois da tragédia, João Campos mobilizou a equipe e atraiu recursos internacionais para urbanização, mas as mortes devem ser usadas contra o socialista, caso dispute o governo do Estado.
"Durante a visita, serão avaliados pontos críticos de barreiras e alagados onde o Programa Promorar ainda não apresentou projeto de intervenção", afirmou JP.
"Não podemos aceitar que as comunidades continuem reféns de promessas vazias. Nosso compromisso é com ações concretas e urgentes que garantam dignidade e segurança para essas famílias", afirma João Paulo, que ja foi prefeito do Recife antes do período do PSB.
"A situação das famílias afetadas permanece sem respostas efetivas da Prefeitura do Recife, apesar de diversas reuniões e cobranças feitas pela comunidade", diz João Paulo.
A Frente Parlamentar do Rio Tejipió foi instalada em 25 de março de 2024 e tem como objetivo "buscar apresentar soluções para os graves problemas socioambientais decorrentes da poluição e da falta de intervenções do poder público".
Nesta quinta, o roteiro inclui a barreira localizada na Rua Maria Teresa e áreas de alagamento na ponte entre a Rua Ananias Castanho e a Rua Marumbi, além da comunidade do Cortiço e a Rua Coripóis.
"Esses locais sofrem continuamente com assoreamento, inundações e acúmulo de lixo, resultando em problemas estruturais e riscos para os moradores", afirma João Paulo, em nota ao site Jamildo.com.
Segundo lideranças comunitárias da área, em maio de 2022 a Defesa Civil determinou a desocupação de 40 casas, mas até hoje os moradores continuam sem uma solução definitiva.
"Há residências prejudicadas e até mesmo uma capela impossibilitada de realizar suas atividades religiosas"
O deputado diz que em 2023 houve uma escuta pública em Coqueiral, que contou com ampla adesão comunitária, igrejas, movimentos sociais, ONGs e representantes do poder público, incluindo o Ministério Público.
"O problema do Rio Tejipió configura um caso emblemático de racismo ambiental, uma vez que a degradação causada por urbanização desordenada, poluição, desmatamento e assoreamento afeta desproporcionalmente comunidades negras em 27 bairros do Recife e sete de Jaboatão dos Guararapes". discursa.
Segundo a PCR, viabilizado por meio de operação de crédito firmada com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o ProMorar prevê investimentos de R$ 2 bilhões para intervenções estruturadoras em comunidades vulneráveis, incluindo as áreas mais afetadas pelas chuvas de maio de 2022.
O programa engloba obras de macrodrenagem para reduzir riscos de inundações, como o alargamento da calha e a dragagem dos rios Tejipió, Jiquiá e Moxotó, além de investimentos em infraestrutura, habitação e um amplo pacote de contenção de encostas.