AtlasIntel: 55% aprovam megaoperação no Rio; 42% acreditam em motivação política

A megaoperação policial realizada no Complexo do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, continua a gerar controvérsia entre os brasileiros. Levantamento nacional da AtlasIntel divulgado nesta sexta-feira (31) mostra que, embora a maioria aprove a ação, parte expressiva da população vê motivações políticas por trás da operação e manifesta preocupação crescente com a violência.

A ação, considerada a mais letal já registrada no país, ocorreu na última terça-feira (28) e resultou em mais de 120 mortes, incluindo quatro policiais. O objetivo declarado foi conter a expansão territorial do Comando Vermelho e cumprir mandados de prisão contra lideranças e integrantes da facção criminosa.

De acordo com a pesquisa, 92% dos entrevistados afirmaram estar informados sobre a operação. Entre eles, 55,2% aprovam a ação, enquanto 42,3% desaprovam. Para 52,5%, o uso da força policial foi adequado, e 45,8% consideram que houve excesso.

A percepção sobre os mortos também se divide

51,2% acreditam que eram criminosos, 36,9% veem as vítimas como criminosos e vítimas ao mesmo tempo, e 8,4% classificam apenas como vítimas. Questionados sobre o objetivo da operação, 42% dos entrevistados disseram acreditar que houve tentativa de ganho político, 39,3% apontaram o combate ao crime organizado como principal motivação, e 17,6% consideraram ambos os fatores.

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Sobre os impactos, 26,1% esperam que a operação traga efeitos muito positivos à segurança pública, enquanto 20,1% veem impacto negativo. Mais da metade dos entrevistados (55,9%) é favorável à realização de novas operações semelhantes. Além disso, 64,6% apoiam o envio de blindados pelo governo federal por meio de uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

A pesquisa também mostra que a violência influencia diretamente o cotidiano e o comportamento dos brasileiros. Entre os entrevistados, 43,1% afirmaram sentir medo de sair de casa, 42,4% disseram evitar carregar objetos de valor e 41,8% evitam determinados bairros. Nos últimos três meses, 26,2% testemunharam algum tipo de crime, sendo os mais comuns o roubo de celular (52,2%), o roubo à mão armada (42,7%) e o tráfico de drogas (38,4%).

O tema da segurança pública também impacta a política: 30,8% dos entrevistados afirmaram que as propostas voltadas ao combate à criminalidade influenciam diretamente o voto.

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O levantamento nacional ouviu 1.089 pessoas entre 29 e 30 de outubro, com margem de erro de dois pontos percentuais e nível de confiança de 95%.

No recorte entre moradores do Rio de Janeiro, a aprovação à operação é maior. Dos 1.527 entrevistados, 62,2% disseram apoiar a ação, e 34,2% a desaprovam. Para 62,3% dos cariocas, o uso da força foi adequado, enquanto 34,4% consideraram excessivo. Já 65,1% veem os mortos como criminosos, 27,3% como criminosos e vítimas, e 3,6% apenas como vítimas.