Jamildo Melo | Publicado em 16/07/2025, às 11h55 - Atualizado às 14h09
Em resposta à decisão unilateral dos Estados Unidos de aplicar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, o Governo Federal realizou, no dia 15 de julho, a primeira reunião do Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais.
O encontro ocorreu em Brasília, reunindo representantes da indústria nacional e autoridades públicas para discutir os impactos econômicos da medida e construir soluções conjuntas.
O comitê é coordenado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Participaram da reunião os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Rui Costa (Casa Civil), além de líderes de setores estratégicos, como Embraer, Weg, FIESP, Abimaq, Instituto Aço Brasil, entre outros.
“Ouvimos os setores mais impactados pelas tarifas americanas. Há alinhamento em torno da negociação e do compromisso com soluções diplomáticas”, destacou Alckmin, levando também a mensagem do presidente Lula sobre o empenho do governo em reverter a situação.
De acordo com dados do MDIC, as exportações brasileiras aos EUA cresceram 4,37% no primeiro semestre de 2025, enquanto as exportações dos EUA ao Brasil avançaram 11,48%. A medida, atribuída ao ex-presidente Donald Trump, coloca em risco essa relação comercial.
As autoridades brasileiras avaliam que os custos com tarifas também terão impactos negativos na economia americana, encarecendo produtos e dificultando a competitividade.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, declarou que o setor produtivo está unido na busca por um acordo:
“A proposta tarifária é um perde-perde. Estamos convergentes com o governo pela via do diálogo.”
Da mesma forma, Josué Gomes da Silva, presidente da FIESP, manifestou confiança:
“Com mais de 200 anos de relações comerciais entre Brasil e EUA, acreditamos no entendimento e na preservação dos laços econômicos.”
O encontro contou com representantes de empresas e instituições relevantes para a balança comercial brasileira, como Tupy, ABAL, ABIT, IBÁ, ABIMCI, Centrorochas, Abicalçados, Sindipeças, Sindifer e RIMA, reforçando a representatividade da indústria nacional na formulação de respostas.
Conforme já informou o site Jamildo.com, a medida americana acabou ajudando Lula.
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