Sindifisco Nacional comenta indiciamento de Jair Bolsonaro no caso das Joias

Jamildo Melo | Publicado em 09/07/2024, às 07h25

Caso das jóias da Arábia Saudita chega ao desfecho - R7/Divulgação
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Nesta começo de semana, a Polícia Federal do Brasil divulgou que fez o indiciamento do ex-presidente Bolsonaro no caso das joias trazidas ilegalmente da Arabia Saudita, no governo passado. Elas foram retidas no aeroporto, iniciando um escândalo que envolveu militares e o próprio mandatário.

"Os fatos que, hoje, conhecemos e que levaram ao indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, do ex-secretário da Receita Federal, Júlio César Vieira Gomes, entre outros servidores, somente chegaram ao conhecimento público pelo trabalho dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil, que atuam nas fronteiras brasileiras", destacou a entidade.

Segundo destaca o Sindifisco, a partir do caso concreto, o controle aduaneiro é fundamental para a proteção da nossa economia e do patrimônio público brasileiro. "Pelas nossas divisas passam, diariamente, milhões de reais em mercadorias que podem trazer para o Brasil os benefícios do comércio internacional, mas também podem trazer o crime, a concorrência desleal internacional e produtos nocivos à saúde da nossa população", ensinam.

"O Brasil sofre com a falta de Auditores-Fiscais nas aduanas. Quando fazemos comparações internacionais, essa carência se evidencia. Segundo dados da Organização Mundial das Aduanas (OMA), de 2023, o Brasil conta com um servidor aduaneiro a cada 2,2 mil km², enquanto a Alemanha tem um a cada 8 km², a França a cada 40 km² e a Argentina a cada 500 km²".

"Qualquer correspondência internacional, em qualquer parâmetro a ser analisado, mostra o déficit nas aduanas brasileiras e ajuda a explicar a imensa presença de mercadorias ilegais na nossa economia (inclusive armas e outros itens perigosos)".

Na carta, eles pedem ampliação dos quadros da Receita.

"Hoje, temos a oportunidade de mitigar esse problema, pois há 219 Auditores-Fiscais aprovados em concurso público que ainda não foram chamados. É preciso que o Presidente da República emita um decreto ampliando o número de vagas do último certame realizado. Já há orçamento disponível para isso e já há as pessoas selecionadas. Nesse momento, a ministra Esther Dweck é quem pode encaminhar o pedido para o presidente Luís Inácio Lula da Silva".