Cynara Maíra | Publicado em 02/12/2025, às 09h42 - Atualizado às 10h13
Durante um seminário na segunda-feira (1º), a governadora Raquel Lyra (PSD) elevou o tom das críticas à gestão do ex-governador Paulo Câmara (PSB), responsabilizando o grupo político adversário pela perda de protagonismo de Pernambuco no projeto da ferrovia Transnordestina.
A gestora classificou a postura dos governos anteriores como "silente", uma expressão para silenciosa, diante da retirada do ramal pernambucano do cronograma prioritário.
"Pernambuco assistiu, silente, à Transnordestina ser retirada do mapa. Dizendo que existia uma alternativa que não existia", afirmou Raquel durante o evento Pernambuco em Perspectiva.
A governadora destacou que, ao assumir o mandato, precisou renegociar prioridades com o presidente Lula (PT) para reinserir o trecho Salgueiro-Suape no radar federal.
Segundo a governadora, tanto a ferrovia quanto o Metrô do Recife e a Adutora do Agreste foram tratadas como obras inegociáveis. "Se a gente não retoma isso, a gente perde 20 anos, 30 anos", pontuou.
As declarações ocorrem um mês depois da publicação do edital para a retomada de um trecho de 73 km entre Custódia e Arcoverde, com investimento de R$ 415 milhões.
O ramal pernambucano, que liga Salgueiro ao Porto de Suape, estava paralisado desde 2016 e foi retirado do contrato de concessão da CSN na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Agora, a execução ficará a cargo da estatal Infra S.A., com recursos públicos. O custo total para concluir a ligação até o porto será entre R$ 3,5 bilhões e R$ 5 bilhões.
Atualmente, Pernambuco tem 179 km de trilhos concluídos, cerca de 38% do traçado previsto no estado.
Além de criticar a herança administrativa, Raquel Lyra afirmou que adversários locais teriam atuado para bloquear o acesso do estado a operações de crédito.
"Eu lutava pela operação de crédito, saía do gabinete do presidente e tinha gente lá que queria que eu não tivesse acesso", revelou a governadora, sem citar nomes. Ela defendeu uma "agenda única" da bancada pernambucana no Congresso para evitar que disputas eleitorais prejudiquem investimentos estruturantes.
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