Jamildo Melo | Publicado em 11/03/2025, às 13h32 - Atualizado às 14h02
A governadora Raquel Lyra (PSD) segue movimentando os bastidores da política, acomodando ex-prefeitos em funções no Governo do Estado.
Após o Carnaval, Raquel movimentou a política nacional se filiando ao PSD, de Gilberto Kassab.
O Jamildo.com teve acesso a quatro atos lotando ex-prefeitos na Casa Civil, no Palácio do Campo das Princesas, para prestarem assessoria a governadora em movimentações políticas.
Haroldo Silva Tavares teve lotação na Casa Civil, com data retroativa a 2 de janeiro de 2025. Ele é ex-prefeito de Verdejante e servidor concursado na Secretaria Estadual de Saúde.
Judite Maria Botafogo Santana da Silva também teve lotação na Casa Civil com data retroativa a 2 de janeiro de 2025. Ela é ex-prefeita de Lagoa do Carro e irmã de um ex-prefeito de Carpina.
Raimundo Pinto Saraiva Sobrinho é ex-prefeito de Exu e também eve lotação na Casa Civil com data retroativa a 2 de janeiro de 2025. Ele é servidor concursado da Secretaria Estadual de Educação.
Célia Agostinho Lins de Sales é ex-prefeita de Ipojuca e também eve lotação na Casa Civil com data retroativa a 2 de janeiro de 2025. Ela é mãe do deputado estadual Romero Sales Filho, da base da governadora.
Em janeiro, a governadora já tinha nomeado cerca de 30 ex-prefeitos para cargos de articulação política no Palácio do Campo das Princesas.
Na época, o Jamildo.com foi informado que vários dos nomeados tinham contas rejeitadas no TCE.
Nesta nova leva de nomeações, o Jamildo.com verificou que o ex-prefeito Raimundo Pinto Saraiva Sobrinho, de Exu, foi condenado em primeira instância por permitir aglomerações de pessoas, durante a pandemia de coronavírus.
A informação está publicada na página oficial do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco (TJPE).
Em dezembro de 2022, o juiz da Vara Única da Comarca de Exu condenou o prefeito Raimundinho Saraiva ao pagamento de R$ 56 mil, a título de dano moral coletivo, em ação de improbidade administrativa.
A condenação levou em conta que Raimundo supostamente se omitiu em relação às aglomerações no velório e sepultamento do ex-prefeito Welison Jean Moreira Saraiva. Mais conhecido com Léo Saraiva, o ex-prefeito morreu em 4 de julho de 2020, durante o auge da pandemia da covid-19.
A suposta omissão do prefeito em relação ao evento coletivo teria desrespeitado o artigo 14 do Decreto Estadual 49.055/20, vigente na época, e atentado contra princípios da administração pública de impessoalidade e de legalidade, segundo a sentença judicial.
Fica aberto o espaço ao Governo e aos ex-prefeitos citados, caso queiram acrescentar esclarecimentos à matéria.
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