Pesquisadores apontam "guerra" pelo Senado e polarização entre João e Raquel em 2026 no PodJá

Cynara Maíra | Publicado em 13/12/2025, às 09h04 - Atualizado às 09h21

Episódio do PodJá discute metodologias de pesquisas eleitorais e cenário para 2026 - Cynara Maíra/ Jamildo.com
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A disputa pelas duas vagas ao Senado Federal deve ser o principal ponto de tensão nas articulações políticas de Pernambuco para 2026.

A avaliação é dos pesquisadores Bruna Claudino, da Simplex, e Maurício Garcia, do instituto Conectar, convidados da nova edição do PodJá.

O podcast do Jamildo.com vai ao ar neste sábado (13), às 14h. Neste episódio, Jamildo Melo conversa com especialistas na área sobre os bastidores das pesquisas eleitorais, o cenário político estadual e os principais elementos técnicos dos levantamentos. 

Para os especialistas, a corrida para o Governo do Estado já apresenta um desenho de polarização entre a governadora Raquel Lyra (PSD) e o prefeito do Recife, João Campos (PSB). Garcia avalia que há "99% de chance" de o pleito ser protagonizado pelos dois gestores.

A incerteza do Senado

Diferente da disputa majoritária para o governo, os pesquisadores consideram a corrida pelo Senado aberta e superlotada. Bruna Claudino explica que a "briga" ocorre porque os partidos ainda estão testando internamente quem tem viabilidade eleitoral para as duas vagas disponíveis.

Segundo Bruna, neste momento a pesquisa serve como ferramenta de decisão interna das legendas para definir quem receberá a verba partidária e a estrutura de campanha.

"Muitos partidos contratam pesquisas para justamente ver quem tem chance, quem não tem. Ano que vem são duas vagas. Então a estratégia da campanha já começa hoje", cita. 

Entre os nomes na bolsa de apostas estão Silvio Costa Filho (Republicanos), Humberto Costa (PT), Miguel Coelho (União Brasil) e Marília Arraes (Solidariedade).

Metodologia e "Data Povo"

Marcelo Garcia faz parte do Instituto Conectar, Bruna Claudino do Instituto Simplex - Cynara Maíra/ Jamildo.com

Os convidados também desmistificaram conceitos populares como o "Data Povo" e o "Data Toalha". Segundo Garcia, essas contagens de público em eventos ou vendas de toalhas servem como "tempero" e curiosidade para a campanha, mas não têm valor científico.

Segundo eles, a ciência da pesquisa está na metodologia. Bruna Claudino detalhou que o recorte da amostra precisa espelhar fielmente a sociedade em cotas de sexo, idade, renda e região.

Os convidados explicaram como a forma de coleta impacta na divergência entre os resultados de diferentes institutos. Pesquisas telefônicas tendem a captar menos indecisos, pois quem não quer falar de política desliga o telefone. Já as presenciais enfrentam a recusa de eleitores mais alinhados à direita, que culturalmente desconfiam dos institutos.

Fraude x Erro Amostral

.Maurício Garcia também aproveitou o espaço para falar sobre fraudes em pesquisas, citando a diferença entre  o erro metodológico da má-fé. Para o diretor da Conectar, o problema real não é a margem de erro, mas a existência de empresas que "inventam números" para manipular a opinião pública ou agradar contratantes.

O episódio completo do PodJá estará disponível neste sábado (13), às 14h, no canal do Jamildo.com no YouTube e nas principais plataformas de áudio.

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