Eleições 2024: Cabo comemora entregas mesmo após pandemia e fortes chuvas

Jamildo Melo | Publicado em 23/06/2024, às 08h36

Cabo aprovou financiamento internacional de cerca de R$ 500 milhões com o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe só para área de infraestrutura, incluindo canais e encostas - Cabo/Divulgação
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O secretário de Infraestrutura do Cabo de Santo Agostinho, Fernando Martins, ao fazer um balanço da gestão Keko do Armazém, disse que a cidade vê um canteiro de obras, mesmo tendo enfrentado contratempos consideráveis, nos dois primeiros anos de gestão, como a pandemia de coronavírus e depois as fortes chuvas que afetaram a região.

"Assumimos no meio da pandemia e o primeiro momento foi voltado às ações da crise sanitária, abrimos leitos e um grande esquema de vacinação. Como somos uma cidade polo, nos ajudamos e socorremos outras cidades no entorno. A ajuda às cidades próximas também ocorreu em função a qualidade de organização de nosso esquema de vacinação. Tivemos a possibilidade de socorrer outros municípios por conta de nosso estoque controlado", relembra.

"Quando a gente pensou que ia respirar, em 2022 veio um inverno forte, com muita chuva. Nós tivemos um grande volume de chuva durante 30 dias, alagando várias áreas e trazendo problemas como deslizamento de encostas em áreas de risco". A cidade é banhada por dois rios, Pirapama e Jaboatão, ao mesmo tempo, agravando a situação em casos de chuvas acima da média.

Na área das obras de contenção de encostas, o secretário Fernando Martins conta que existem 14 frentes de serviços e mais de 60 obras de contenção. "O projeto Morros de Cara Nova é uma marca da gestão Keko. São obras que salvam vidas, como os paredões em Pontezinha", afirma.

"Tivemos que retomar e adequar convênios de 2012 com o governo Federal e agora no governo Lula, no ano passado, licitamos as obras e estamos podendo tocar essa grande quantidade de projeto das encostas".

"Como não podíamos esperar, investimos com recursos próprios R$ 2,5 milhões com recursos próprios, o maior investimento da RMR, mas o convênio do PAC soma R$ 21 milhões no total"

Fernando Martins conta que, além da pandemia e das chuvas, em meados de 2022, o município do Cabo, como outros municípios, perdeu transferência de recursos com a redução do ICMS sobre os combustíveis e energia, no governo Bolsonaro. Apesar dos percalços, investimentos em saúde e educação não deixaram de ser feitos.

"Quando assumimos, os postos de saúde estavam em situação precária, como um levantamento mostrou. Mesmo assim, sem verbas para licitações, requalificamos 8 postos de saúde", observa.

"No programa de reforma das unidades escolares, conseguimos fazer 38 escolas de um total de 72 unidades no projeto, que ainda está em andamento. De um valor total de R$ 90 milhões, já devemos ter investido R$ 60 milhões. As intervenções vão desde reforma completas, ampliação de salas, climatização, cozinha e banheiros, pátio para os intervalos, ou quadras. Onde já tinha quadra a gente fez cobertura", explicou, ressaltando que recebeu uma rede de escolas sucateadas. "Não tinha como ter aprendizado bom, com teto caindo"

"Como resultado destas ações de infraestrutura nas escolas, além dos professores e a ação da gestão do secretário Betinho Gomes, é claro, a cidade do Cabo saiu do último lugar no IDEB, era o 14º lugar na RMR, para o 4º lugar. Muito tem a ver com a qualidade das salas para os alunos estudarem", conta com orgulho.

Turismo em alta

O auxiliar de Keko do Armazém relata ainda que as melhorias proporcionadas pelos investimentos em infraestrutura no litoral já ajudam o município a atingir o segundo lugar no setor de turismo, atrás de Ipojuca, cidade vizinha e que tem o mais conhecido cartão postal de Pernambuco. Hoje, a maioria dos turistas desce no aeroporto dos Guararapes, no Recife, e vai para Porto de Galinhas. Com projetos ousados, o Cabo vai disputar essas visitas, de olho em mais receitas e empregos em hotéis e pousadas.

"Havia um empréstimo de R$ 90 milhões aprovado pelo Finisa (da Caixa Econômica Federal) para ser aplicado especificamente no litoral. O prefeito Keko do Armazém teve a coragem de bancar estes investimentos, no litoral, no turismo, de modo a atrair investimentos privados para este setor. O maior déficit de ruas calçadas estava justamente no litoral. Com um turismo ainda bastante acanhado, o nosso primeiro dever de casa foi melhorar essa infraestrutura", situa.

"De um total de 160 ruas previstas, já entregamos 130 delas. Como os acessos ficaram mais fáceis, as pousadas e hotéis sentem o reflexo, com 100% de ocupação das instalações", comemora.

A melhoria da infraestrutura básica capacita o município do Cabo a atrair parceiros nacionais que podem ajudar a alavancar ainda mais o turismo local, usando como motor o Parque Armando Holanda Cavalcanti.

"Fomos em balneário Camburiú (SC), conhecer o projeto Interpraias e buscar repetir o modelo aqui no parque Armando Holanda Cavalcanti, que tem a mesma topografia e poderia ter até mesmo um teleférico até Suape. Em visita ao sítio, o CEO do parque interpraias destacou que não tínhamos o básico, carecendo de infraestrutura para as operações turísticas. Isto também incentivou o prefeito Keko a bancar a melhoria da infraestrutura no litoral", explica.

"Na visita que nos fez, o CEO deles gostou do que viu em termos de potencialidade e chegou a orçar a implantação do teleférico, um investimento de 30 milhões de reais, em algo único".

Obras futuras

O secretário Fernando Martins admite que há uma demanda reprimida de obras, mas que elas poderão ser atendidas sem percalços porque haverá recursos disponíveis.

"Já concluímos todos os recursos da Caixa e aprovamos um segundo financiamento do Banco do Brasil. São 120 milhões de reais para a área de infraestrutura, para concluir tudo que começamos, como construção de escolas, pavimentação e encostas", explica.

"Também já aprovamos no Ministério da Fazenda, um financiamento internacional de US$ 96 milhões (cerca de R$ 500 milhões) com a CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe) somente para a área de infraestrutura, como prédios públicos, canais, contenção de encostas, pavimentação de ruas e meio ambiente, com revitalização das orlas"

O técnico explica que os recursos podem ser aplicados em até cinco anos.

"Quando assumimos a gestão em 2021, havia uma situação estrutural da cidade ruim, em termos de mobilidade, manutenção viária e vias pavimentadas. 52% das vias do municípios não eram pavimentadas e isto é o básico do básico", afirma o engenheiro civil.

"Agora, a aceitação do financiamento é fruto da austeridade financeira do município, que nos permitiu pegar o empréstimo. Só falta a lei autorizativa da Câmara Municipal. O prefeito Keko do Armazém não mandou o projeto ainda nem deve mandar. A gestão quer evitar uso eleitoral, mas a população sabe que nós poderemos fazer ainda mais"

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