Discurso nos 20 Anos de jornalismo digital: Gratidão, estoicismo e solidariedade

Veja a íntegra do breve discurso feito pelo jornalista Jamildo Melo, no evento dos 20 anos de internet

A noite é de celebração e alegria. Serei breve. Vamos conjugar muito aqui o verbo agradecer. Não poderia jamais ser um monólogo do EU. Nunca foi para ser assim...

Até porque, não tenho lições a dar. Se pudesse apenas sugerir algo útil, diria aos mais jovens: leiam os estoicos.

Eles nos ensinam o segredo da felicidade: só se preocupar com o que você controla.

Com esta sabedoria milenar, pode-se tentar aprender que virtude é felicidade.

As virtudes que levam a felicidade são autocontrole, coragem, justiça e sabedoria.

No calor dos dias, não é fácil fazer essas escolhas racionais.

Pois bem...

Minha esposa, Maria Luiza Borges Lins e Silva, bem que tentou me persuadir quando eu manifestei o desejo de realizar uma festa de celebração.

- Você não vive recomendando o livro O Ego é Seu Inimigo para as pessoas? Esta festa vai parecer vaidade. Você não precisa disto.

Verdade que não precisava, mas ela era justa e necessária.

Primeiro, a celebração de hoje busca marcar o primeiro ano de vida de um projeto solo. Batizado alias, para quem não sabe, por dona Luiza de Jamildo.com.

Cito aqui, com imensa alegria, meu mentor Inácio Feitosa, fundador do Instituto Igeduc e autor do livro Demita Seu Chefe e Vá Empreender! Como empresário dinâmico que é, me ensinou a buscar sair da zona de conforto. Hoje, pago muitos impostos e gero empregos no Recife...

Assim, o advento especial também nos dá a chance de demonstrar gratidão com todos aqueles que acreditaram no projeto.

Aqui, de público, quero agradecer nossos primeiros parceiros, na pessoa de Marcelo Gouveia, presidente da Amupe. Em nome de quem, saúdo todos os nossos prefeitos, hoje Dia dos Prefeitos.

Também agradeço o fotógrafo Arnaldo Carvalho, que nos emprestou as primeiras lentes de nosso bem sucedido podcast.

Assim, o advento especial nos dá a chance de apresentar e agradecer de público nossa intrépida equipe, comandada por Ana Luiza Melo: Cynara Maira, Clara Nilo, o produtor Pedro Lima e o video-maker Jairo Lima.

Do mesmo modo, é mais do que justo louvar todo o esforço de nossa gerente comercial Jezua Ferreira e o jornalista e amigo Fernando Fagundes, na produção desta linda festa.

Me apresso aqui em informar que não haverá outra. Foi imaginada mesmo para ser única.

Ademais, essa confraternização também nos permite marcar a feliz coincidência de estarmos completando 20 anos de jornalismo digital.

Meu muito obrigado aos patrocinadores do evento. Já todos nominados aqui e nas nossas redes sociais, com toda a transparência.

Pois bem. São 34 anos de atividades jornalísticas agora e que bom que tudo isto chega quando acabo de completar 60 anos de vida.

Assim, penso que seja justo comemorar este marco, mesmo sabendo que em duas gerações as pessoas já terão sido esquecidas, como dizem os estóicos.

(Só a caridade salva)

O que nos leva ao terceiro e último ponto destas breves palavras: pode ser bacana ter momentos de glorias pessoais, mas isto seria vazio e sem sentido, se não buscarmos sempre um propósito maior que nós.

Por isto, essa festa foi pensada para ter um caráter beneficente. A maior parte da renda deste evento vai para instituições de caridade.

Quem me acompanha há mais tempo há de lembrar que, em vários anos de minha vida, no meu aniversário, pedia que não me dessem presentes. Pedia cestas básicas para doação.

Lembro até que, nas enchentes da Mata Sul, promovi um jogo de futebol solidário. Imprensa contra políticos.

Vocês podem não acreditar, mas coloquei João Paulo e Mendonça Filho jogando no mesmo time. No gol, o gigante Isaltino Nascimento. Quem venceu? Arrecadamos quase uma tonelada de alimentos, entregues ali mesmo no campo da PM no Derby. Aos olhos da sociedade, como hoje.

Quando a gente se lembra dos mais necessitados, sempre ouve críticas, como se buscasse ser melhor que os outros ou aparecer.

Jamais dei ouvidos. Nunca foi problema para mim. Era o certo a ser feito...

Por falar em o certo a ser feito, para encerrar, volto a dona Maria Luiza.

O jornalismo nos aproximou, mas a liga vem de valores comuns, anteriores à redação dos tempos.

Em um elogio genuíno - que deixaria dona Carmem orgulhosa da educação que deu ao neto - dona Maria Luiza uma vez já havia me confessado o que havia visto em mim:

- Jamildo, você é a pessoa mais íntegra que eu conheço depois do meu pai!, me disse ela.

Como posso não amar para o resto da vida uma pessoa tão especial como esta?

Por isto, estamos juntos há 25 anos...

Não tenho recursos para construir uma catedral para ela, mas, em agradecimento a tudo que representa na minha vida, além das pessoas mais necessitadas, também dedico esta festa a ela!