Ciro Gomes dá às costas a Lula, mais uma vez

O ex-governador do Ceará e eterno presidenciável pelo PDT Ciro Gomes deu às costas a Lula, mais uma vez. Ele vai ficar em cima do muro na disputa pelo comando da cidade de Fortaleza.

Na acirrada eleição municipal pela Prefeitura de Fortaleza, o pedetista Ciro Gomes esnobou Lula e o PT, como quando, em 2018, viajou para Paris, no segundo turno das eleições presidenciais, deixando Haddad apanhar de Bolsonaro.

Agora em 2024, os aliados de Ciro Gomes subiram no palanque do bolsonarismo, depois da derrota do candidato do PDT, José Sarto, que acabou com apenas 11% dos votos no primeiro turno. O candidato concorreu no cargo de prefeito, mas era bem mal avaliado em sua gestão.

Dos oito vereadores eleitos pelo PDT, seis declararam voto em André Fernandes, do PL de Bolsonaro, contra o candidato de Lula e do PT, Evandro Leitão.

Ciro Gomes sugeriu não ver problemas na aliança com a extrema direita.

"Não sou nem serei puxadinho do PT", afirmou, em um bate boca com a a juventude pedetista.

Ressentido com Lula, Ciro Gomes rompeu até com o irmão, Cida Gomes, que apoia o candidato do PT.

Quem destoou dele foi o ministro Carlos Lupi, presidente licenciado do PDT, que declarou apoio a Evandro Leitão, com um recado claro a Ciro Gomes.

"O partido fundado por Leonel Brizola não pode se juntar a um filhote da ditadura", disse.

O candidato do PL em Fortaleza é deputado federal e investigado no STF por instigar atos do 8 de janeiro.

No primeiro turno, Ciro Gomes já admitia que sua influência na política cearense é declinante. Ele disse que tinha a humildade para perceber que a sua palavra tinha cada vez menos audiência no Ceará.

Com ele, vai se desmilinguindo também o PDT, que, em 4 anos, reduziu o número de prefeituras de 67 para apenas cinco.