Após pesquisa indicar rejeição de Lula, Genial/Quaest mostra empate com Tarcísio; veja números

Cynara Maíra | Publicado em 05/06/2025, às 12h21 - Atualizado às 13h26

Tarcísio tem ampliado números contra Lula - Ricardo Stuckert/PR
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A nova rodada da pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira (6) aponta um cenário inédito desde o início do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Pela primeira vez, o presidente aparece tecnicamente empatado com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em um eventual segundo turno em 2026. Lula tem 41% das intenções de voto, contra 40% de Tarcísio, dentro da margem de erro de dois pontos percentuais.

O levantamento também mostra um empate numérico entre Lula e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ambos com 41%. Na simulação anterior, de abril, Lula tinha 44% e Bolsonaro, 40%.

Rejeição em alta e cenário de fadiga política

Além da estagnação nas intenções de voto, o presidente enfrenta um aumento expressivo na sua rejeição pessoal.

Segundo o instituto, 66% dos entrevistados afirmam que Lula não deveria concorrer à reeleição em 2026, maior patamar desde o início da série histórica. A percepção negativa do governo tem se transformado em desgaste eleitoral direto, o que impulsiona os nomes da oposição.

Um dos exemplos mais evidentes é o avanço de Tarcísio de Freitas, que há seis meses estava 26 pontos atrás de Lula e hoje aparece praticamente empatado. O desconhecimento do governador paulista também diminuiu de 45% para 39% no período, ampliando sua competitividade.

Outros pré-candidatos da oposição seguem a mesma tendência. Em um eventual segundo turno contra o presidente, Ratinho Jr. (PSD) tem 38% contra 40% de Lula. Michelle Bolsonaro (PL) aparece com 39%, também dentro da margem de erro dos 43% atribuídos a Lula.

Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, tem 33% contra 42% do petista, enquanto Ronaldo Caiado (União Brasil), governador de Goiás, aparece com 33% ante 43% de Lula. Já Eduardo Leite (PSDB), testado pela primeira vez, marcou 36%, contra 40% do atual presidente.

Bolsonarismo: estabilidade com o ex e limites com o filho

Mesmo inelegível, Bolsonaro continua com desempenho expressivo. Seu nome mantém o mesmo patamar de 2022, e a pesquisa indica que 65% dos brasileiros acham que ele deveria abrir mão da candidatura e apoiar outro nome, evidenciando uma fadiga também do eleitorado conservador com a polarização.

Já seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL), não conseguiu ampliar a competitividade: Lula vence o parlamentar por 44% a 34%, sem alterações em relação às pesquisas anteriores.

Anti-Lula x Anti-Bolsonaro

O cenário nacional mantém forte rejeição cruzada. De acordo com os dados da Quaest, ser “anti-Lula” garante a um candidato da oposição até 40% das intenções de voto, enquanto o “anti-Bolsonaro” oferece um piso de 45%. Essa lógica da polarização favorece um ambiente de empate técnico constante e dificulta a emergência de candidaturas alternativas.

Metodologia

A pesquisa Genial/Quaest é do tipo quantitativa, com entrevistas presenciais em 120 municípios, selecionados por amostragem. A coleta foi feita com brasileiros de 16 anos ou mais. O modelo estatístico adotado incluiu pós-estratificação por região, sexo, idade, escolaridade, renda e outros critérios do IBGE. A margem de erro varia entre 3% e 8% em subgrupos.

A pesquisa ouviu 2.004 eleitores entre os dias 29 de maio e 1º de junho. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos, com 95% de nível de confiança.

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