Jamildo Melo | Publicado em 07/06/2024, às 13h10
O presidente Lula e o prefeito João Campos tiveram duas reuniões em Brasília, no espaço de uma semana, para tratar dos temas políticos.
Embora gere polêmica no plano local a questão da vice para o PT, todos os passos que deram-se na pré-campanha foram acordados com o presidente, a exemplo do desenho para alocação de aliados em partidos da aliança.
Neste sentido, a avaliação é de que a eleição de 2024 não pode atrapalhar 2026, especialmente para Lula, explicam observadores da cena política local.
"Faria sentido criar um constrangimento para um aliado justamente na cidade onde ele é mais forte? É importante ter o alinhamento do PSB, que tem um vice leal, como Geraldo Alckmin, desde cedo. Lula está certo em amarrar o PSB logo. O PSB foi o primeiro grande partido a declarar apoio a ele em 2022", afirmam os aliados.
No caso, o valor do apoio do PSB cresce ainda mais com as dificuldades que o governo Lula tem enfrentado no Congresso, inclusive com queda de popularidade.
"O jogo de Lula é manter e ampliar a frente que ele protagonizou. Com um aliado como João Campos reeleito, no Recife, onde teve mais de 60% dos votos, é preciso ampliar os votos em Pernambuco, na Bahia, na Paraíba, de modo a não depender de Minas Gerais"
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A escolha do vice gera polêmica desde o ano passado, com o PT em Pernambuco pressionando João Campos pela vice.
No começo do ano, o prefeito afirmava que só iria decidir a questão mais próximo às convenções, de modo a fugir da pressão do PT. O partido indicou dois nomes, mas depois recuou, quando ficou claro que o prefeito não iria abrir da parada. As pressões continuam.
Nesta semana, João Campos, em sua busca pela reeleição, promoveu o afastamento de dois graduados assessores, para cumprir a legislação eleitoral, com a desincompatibilização.
Um deles foi a secretária de infraestrutura Marília Dantas, recém filiada ao MDB. O outro nome foi o do seu chefe de gabinete Victor Marques, que se filiou recentemente ao PCdoB.
O movimento ocorre após uma longa pressão do PT para o prefeito indicar um nome apontado pelo partido, para o espaço da vice.
Nos bastidores da política local, há um mês atrás, o blog de Jamildo foi informado que o nome escolhido pelo socialista foi Victor Marques, pela relação de extrema confiança que deposita no auxiliar.
Formado em Engenharia Civil pela UPE, Victor Marques Alves atuou como chefe de gabinete do então deputado federal João Campos na Câmara. O auxiliar já passou pelo Porto do Recife e pela Administração de Fernando de Noronha, além de ter atuado como assessor do gabinete do governador Paulo Câmara, com quem João Campos trabalhou no começo da vida pública.
Além da discrição, o posto atual de chefe de gabinete lhe daria uma visão privilegiada e geral da gestão João Campos. A Chefia de Gabinete do Prefeito possui, entre suas funções, o controle, a direção, a orientação, o planejamento e a supervisão de atividades de assessoramento ao prefeito.