Ana Luiza Melo | Publicado em 14/10/2025, às 15h25 - Atualizado às 15h55
O setor de Tecnologia da Informação (TI) de Pernambuco formalizou um movimento de consolidação institucional que resultou na unificação da Assespro PE/PB e da Softex Pernambuco sob a nova marca APONTI.
O anúncio da reformulação, feito durante uma coletiva de imprensa nesta tarde com a presença do site Jamildo.com, sinaliza o objetivo de criar uma única entidade com maior representatividade e capacidade de fomento ao ecossistema tecnológico do Porto Digital e do Nordeste.
A nova associação passa a atuar combinando as vocações históricas das instituições que a originaram.
A Assespro PE, que atuava há 45 anos, destacava-se pela defesa da categoria e forte inserção política e jurídica.
O Softex Pernambuco, com 30 anos de atuação, era consolidado na execução de projetos, consultorias e formação de mão de obra qualificada.
A decisão de criar uma marca nova, em substituição às anteriores, é vista como um posicionamento estratégico para um "novo momento" do setor, buscando unir o *advocacy* (defesa de interesses) e o *business* (geração de negócios) em um único ambiente facilitador.
A nova identidade visual já está sendo aplicada na sede do Softex, na Rua da Guia.
A APONTI inicia suas atividades com um quadro expressivo de 534 empresas associadas, consolidando sua posição no estado.
O presidente da entidade, Yves Nogueira, declarou que o objetivo da nova gestão é atingir um patamar superior de representatividade. "A meta é terminar o ano de 2026 com 700 associados", afirmou Nogueira. o presidente assumiu o cargo no início deste ano e tem mandato de 02 anos. Na coletiva de imprensa, estavam, inclusive, ex-presidentes que somam, juntos, 20 anos de história de ambas instituições.
A unificação garante a manutenção dos assentos já ocupados pelas antigas entidades, incluindo a participação no Conselho do Porto Digital.
O aumento da capilaridade também é um dado central, com a nova entidade registrando 60 associados no Agreste e 12 no Sertão, refletindo a expansão da atuação para além da Região Metropolitana do Recife.
Nogueira explicou que o quadro associativo mais robusto implica, na prática, uma única taxa para que as empresas tenham acesso à gama completa de serviços oferecidos pelas duas instituições, como eventos de geração de oportunidades e o suporte na defesa coletiva da categoria.
Um dos focos centrais da APONTI é a formação de talentos para o mercado de TI.
A entidade herda e amplia programas de capacitação com grande alcance.
O projeto Formação Acelerada em Programação (FAP), iniciado há quatro anos, registrou 18.909 inscritos e formou 1.788 cidadãos na área de desenvolvimento de software.
O impacto social do programa é destacado pela diversidade etária e profissional dos participantes, que inclui pessoas de 40, 50 e 60 anos, bem como profissionais de áreas como Engenharia, Enfermagem e Jornalismo em migração de carreira.
O novo programa, Bolsa Futuro Digital (BFD), que ampliou parcerias com o Ministério da Ciência e Tecnologia, já conta com 17.667 inscritos. Atualmente, 2.213 alunos estão sendo capacitados em 6 estados (PE, PB, RJ, PA, GO, MA). A meta local da regional Pernambuco é formar 6.000 cidadãos através do BFD.
As formações, que custam cerca de R$ 5.000 por aluno, priorizam a empregabilidade. Empresas associadas complementam a bolsa dos alunos e oferecem projetos integradores para prática.
O lançamento da APONTI ocorre em um contexto de alta demanda por mão de obra qualificada.
Apesar do crescimento do polo e da presença de corporações como Capgemini, Deloitte e Accenture, a nova associação sinalizou que a maioria absoluta do recurso para programas de formação de base ainda provém de fundos governamentais.
A entidade defende maior compromisso das grandes empresas que chegam ao mercado local, cobrando uma participação mais significativa no financiamento direto dos projetos de capacitação.
O objetivo é evitar que a formação de qualidade dependa majoritariamente de recursos públicos, garantindo a sustentabilidade da qualificação em um mercado com alto poder de absorção e salários competitivos.
A empregabilidade dos formados, e não apenas o número de alunos, é o indicador central de sucesso do setor, segundo a nova instituição.
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