Jamildo Melo | Publicado em 12/06/2024, às 16h56
Os trabalhadores da Chesf entrarão em greve, na sexta-feira (14/06), aderindo a um movimento nacional. Os trabalhadores estão em campanha salarial pela primeira vez, após a privatização da empresa Eletrobrás.
Em Furnas, a greve atinge todos os 15 estados e o Distrito Federal; Na Eletrosul, a greve abarca as principais bases, como Joinvile, Capivari, Blumenau e Região Oeste.
Na Eletronorte, de acordo com os sindicatos, 10 das 11 bases (Acre, Amapá, Araraquara-SP, Distrito Federal – Sede, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Tocantins);
Na Chesf, em Pernambuco, a sede de Recife, onde está a metade dos trabalhadores da subsidiária, decidiu aderir ao movimento nacional e paralisarão as atividades a partir do dia 14 de junho.
Os trabalhadores do grupo Eletrobras já haviam entrado em greve por tempo indeterminado em todo o país. Mais de 6.400 dos 8 mil trabalhadores de todo o grupo Eletrobras aderiram ao movimento paredista e, até a sexta-feira, os sindicatos querem ter 80% da operação da empresa paralisada.
O que pode impedir a greve é a Justiça do Trabalho. Os trabalhadores levam o ACT (Acordo Coletivo de Trabalho) para dissídio no Tribunal Superior do Trabalho (TST) com intuito de assegurar as cláusulas do último Acordo. Ele venceu no dia 07/06 e a Eletrobras se nega a prorrogar. O julgamento no TST será nesta quinta.
José Gomes Barbosa, dirigente do Sindurb-PE e da Federação Regional dos Urbanitários do Nordeste, diz que, desde abril, o único aumento salarial na empresa beneficiou os diretores da Eletrobras, atingindo a média de R$ 663 mil/ mês.
"Para os trabalhadores, foram oferecidos cortes salariais, retirada de benefícios, congelamento de parte das remunerações atuais e demissão em massa", afirma, ao Blog de Jamildo, com exclusividade.
"Sem alternativas e diante da intransigência da empresa, os trabalhadores do sistema elétrico de todo país cruzarão os braços até que a Eletrobras aceite a mediação do TST e negocie de forma justa um ACT digno para a categoria".
“Não iremos aceitar perdas de cláusulas históricas e muito menos demissão em massa. A
empresa praticamente pediu aval aos sindicatos para realizar essas demissões e nós não
assinaremos esse cheque em branco para que a Eletrobras se desfaça de seus trabalhadores, que construíram o sistema elétrico do país”, disse.
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