Jamildo Melo | Publicado em 22/11/2024, às 08h01 - Atualizado às 09h06
Nesta quinta-feira, Leonardo Levy, Diretor de Investimentos da APM Terminals para as Américas, um dia antes do lançamento da pedra fundamental do novo terminal de contêineres a ser construído em Suape, atendeu o site Jamildo.com e outros poucos membros da imprensa para falar das expectativas do empreendimento.
A mesa redonda contou com a presença de Daniel Rose – Diretor-presidente da APM Terminals Suape, que também cuida do gerenciamento do porto de Pecém, no Ceará.
A pedra fundamental do projeto será lançada nesta sexta-feira, em Suape, em evento com o ministro dos portos Sílvio Costa Filho e a governadora Raquel Lyra.
O então Blog do Jamildo revelou a chegada do mega projeto, com exclusividade, ainda em 2022, na gestão Paulo Câmara.
"Infraestrutura cria riqueza... Com a infraestrutura que instalamos nos nossos projetos, a transformação (dos sitios) é brutal. Isto aconteceu no México, na Costa Rica, no Peru, em todos os portos em que começamos a operar. Há um choque de performance, mais exportações, mais agilidade, mais eficiência", afirmou Levy.
"Foi assim em Santos (SP)... preços altos, falta de capacidade, exportadores gritando e as cargas tendo que encontrar outros espaços para chegar ao seu destino".
"Sempre acreditamos no Brasil e queremos estar preparados para as transformações da economia. Temos que estar prontos para quando a economia precisar (de mais capacidade portuária). A carga não pode estar no chão e vamos ajudar Suape a ser mais competitivo", disse.
O executivo foi bastante relutante em adiantar como seria a política de tarifas, em Suape, considerando que faltam dois anos para o início das operações de fato, mas prometeu um cenário diferente.
"Vamos ter um ambiente com mais competição e um mercado diferente. A questão do preço (das tarifas) é importante, mas não é a única. Quanto custa a demora, o atraso, do navio no porto para as operações, de importação ou exportação? Existem vários custos invisíveis, para os empresários, pela falta de capacidade portuária. Uma carga que fique dez dias no chão pode significar a parada de uma linha de produção...Assim, temos que ver o custo total", citou.
Mesmo afirmando que os armadores internacionais (donos de navios) é que iriam trazer as cargas eventualmente para Suape, que a empresa de terminais não podia falar por eles, Leonando Levy garantiu que tem a demanda e ela vai vir (para Suape).
"Temos que dobrar a capacidade dos portos no Brasil, ajudar o desenvolvimento do comércio como um todo... Infraestrutura cria riqueza. Qual a razão de todo mundo querer ir para o Porto de Santos? Tem navio todo dia como opção", explicou.
"De nossa parte, o que podemos fazer e estamos fazendo é criar uma operação que pode operar com qualquer navio que opera no Brasil". Assim, os armadores não tem desculpa de não atracar em Suape.
Na seleta coletiva de impresa, questionado sobre as ações do Estado para a instalação do empreendimento, Daniel Rose, disse que estava tudo ok.
"Seja o governo estadual, municipal ou federal, tudo ótimo, trabalho em equipe, tudo muito profissional, real interesse de resolver e construir as necessidades do futuro. Não temos nada a reclamar", afirmou Daniel.
Simpático ao extremo, Daniel divertiu os jornalistas ao se expressar em português com um forte sotaque dinamarquês.
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